Vitória de Russell no Canadá é mantida após protesto da RBR ser rejeitado pela FIA

Aline Feitosa
A primeira vitória de George Russell na temporada da Fórmula 1 quase foi ofuscada por uma longa investigação. Após a bandeirada no GP do Canadá, realizado no último domingo (15), a Red Bull Racing protocolou um protesto contra o piloto da Mercedes, alegando conduta antidesportiva durante o período de safety car. A polêmica foi esclarecida somente horas depois: por volta das 22h (horário de Brasília), a FIA rejeitou a queixa da equipe austríaca.

O ponto central do protesto era uma suposta “frenagem errática e desnecessária” de Russell na penúltima volta da corrida, sob regime de bandeira amarela. A RBR argumentou que o britânico desacelerou de forma abrupta na frente de Max Verstappen, o que poderia configurar tentativa de forçar uma punição ao rival, em violação ao artigo 12.2.1m do Código Internacional do Esporte, que trata de comportamentos antidesportivos e tentativas de influenciar o resultado de forma antiética.

Verstappen quase chegou a ultrapassar Russell, mas recuou imediatamente. Pelo rádio, se queixou da manobra:
“George simplesmente freou de forma agressiva”, disse o bicampeão mundial, recebendo em seguida a resposta do engenheiro Gianpiero Lambiase, que prometeu investigar a situação.

Ambos os pilotos e representantes das equipes foram convocados para depor às 17h50 no horário local (18h50 em Brasília). A Mercedes se defendeu alegando que o procedimento de aceleração e frenagem durante o safety car é comum para manter a temperatura ideal dos pneus. A equipe também apresentou telemetria para comprovar a regularidade da condução de Russell. Segundo os alemães, o piloto gesticulou pedindo que o safety car aumentasse o ritmo antes de reduzir a velocidade, o que foi feito, segundo ele, ao perceber Verstappen se aproximando perigosamente.

O incidente aconteceu após o acionamento do safety car causado pelo acidente de Lando Norris. Com a pista ainda sob bandeira amarela, a maioria dos carros aproveitou para ir aos boxes. Na volta à pista, Russell liderava com Verstappen logo atrás.

Apesar da tensão, o protesto da Red Bull não evoluiu e foi formalmente arquivado pela FIA. Russell, que largou da pole position, manteve a liderança durante toda a corrida e cruzou a linha de chegada à frente do holandês, que terminou em segundo. O jovem italiano Andrea Kimi Antonelli completou o pódio, conquistando seu primeiro top-3 na F1.

A rivalidade entre Russell e Verstappen já vem sendo alimentada há algum tempo. Em 2023, os dois protagonizaram momentos de alta tensão, como no GP do Azerbaijão, quando um toque causou dano no carro da Red Bull e gerou bate-boca no parc fermé. No Catar, após perder a pole para Russell, Verstappen chegou a dizer que o rival o ameaçou de “enfiá-lo de cabeça na parede”. O holandês, visivelmente irritado, desabafou:
“Já estive muitas vezes em reuniões com adversários, mas nunca vi alguém tentando tanto ferrar o outro. Perdi todo o respeito”.

A animosidade entre os dois se estende por outros episódios: em Las Vegas, um toque tirou Russell da disputa pelo pódio; em Interlagos, em 2022, o britânico venceu a sprint e o GP principal, deixando Verstappen para trás.

Com a vitória no Canadá confirmada, Russell comemora um triunfo importante e a Mercedes respira mais aliviada em meio ao domínio recente da Red Bull. Mas a tensão entre os protagonistas segue em alta, e promete mais capítulos ao longo da temporada.

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