Uefa rebaixa Crystal Palace para a Conference League por violação de regras de multipropriedade

Aline Feitosa
A Uefa anunciou na sexta-feira (11) que o Crystal Palace, da Inglaterra, foi rebaixado da Europa League para a Conference League por violar as regras de multipropriedade. A medida favorece o Lyon, da França, que permanece com sua vaga garantida na segunda principal competição europeia. A decisão partiu da Primeira Câmara do Órgão de Controle Financeiro de Clubes (CFCB), após análise da documentação dos dois clubes envolvidos.

O Palace havia conquistado a classificação para a Europa League ao vencer a Copa da Inglaterra na temporada 2024/25, enquanto o Lyon garantiu a vaga ao terminar em sexto lugar no Campeonato Francês. A manutenção do clube francês na competição europeia só foi possível após a anulação, na quarta-feira (9), de uma tentativa de rebaixamento à segunda divisão nacional (Ligue 2), imposta anteriormente pela DNCG, órgão responsável pela fiscalização financeira do futebol na França.

Segundo o comunicado da Uefa, a análise do caso revelou que, em 1º de março de 2025, os clubes descumpriram os critérios de propriedade multiclubes estabelecidos pelas regras da entidade. Isso porque o grupo Eagle Football é acionista majoritário do Lyon, enquanto seu presidente, o empresário norte-americano John Textor, também possui controle acionário sobre o Crystal Palace, além de ser dono do Botafogo, no Brasil.

Embora Textor tenha renunciado ao conselho do Lyon e a empresária Michele Kang tenha assumido a presidência do clube francês, as ações foram consideradas tardias pela Uefa. A entidade reforçou que o Crystal Palace não conseguiu cumprir o prazo-limite de março para se adequar às exigências regulatórias.

No mês passado, o Palace anunciou que Robert “Woody” Johnson, coproprietário do New York Jets, firmou um acordo legalmente vinculativo para adquirir a participação do Eagle Football no clube inglês. A venda, no entanto, ainda aguarda aprovação da Premier League e não foi concluída dentro do prazo estipulado pela Uefa.

Em declaração à agência Reuters, John Textor se disse perplexo com a decisão:

“Honestamente, estou chocado. Fizemos tudo o que estava ao nosso alcance para cumprir as exigências da Uefa, iniciando o processo de venda antes do prazo final. Agora vendemos um clube que amo, apenas para ver uma decisão administrativa destruir uma conquista esportiva histórica.”

A punição pode abrir espaço para que o Nottingham Forest, sétimo colocado na Premier League, herde a vaga na Europa League, desde que atenda aos critérios de admissibilidade. O Aston Villa, que ficou em quinto, já está garantido no torneio.

As regras da Uefa sobre propriedade multiclube proíbem que uma mesma pessoa ou entidade tenha influência decisiva, direta ou indireta, sobre mais de um clube participante das competições europeias. Isso inclui a posse de ações, cargos executivos ou qualquer controle sobre decisões administrativas ou esportivas.

O Crystal Palace ainda pode recorrer da decisão ao Tribunal Arbitral do Esporte (TAS), mas, até lá, a punição permanece em vigor, um duro golpe para o clube londrino, que agora vê uma temporada memorável ser ofuscada por um impasse fora dos gramados.

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