Um torcedor do Atlético Bucaramanga foi preso na noite desta quinta-feira (17), após cometer injúrias raciais contra o jogador Caio Paulista, do Atlético-MG, durante a vitória por 1 a 0 do clube brasileiro, pelos playoffs da Copa Sul-Americana. O episódio ocorreu no Estádio Américo Montanini, em Bucaramanga, na Colômbia.
O agressor foi identificado pelas autoridades locais e retirado das arquibancadas com o apoio do policiamento presente no estádio. Durante o intervalo da partida, mensagens contra o racismo foram transmitidas pelo sistema de som da arena, como parte do protocolo da Fifa para combater crimes de discriminação em eventos esportivos.
A diretriz estabelece a veiculação de mensagens educativas antes da adoção de medidas mais severas, como interrupção ou até suspensão do jogo.
O Atlético-MG informou que irá registrar um boletim de ocorrência para formalizar a denúncia. Em campo, a reação foi imediata: o capitão Hulk se exaltou e discutiu com torcedores colombianos, acompanhado por colegas como Gustavo Scarpa e Rony. O clima tenso refletiu a indignação do elenco diante do ataque sofrido por Caio Paulista.
Em entrevista coletiva, o técnico Cuca lamentou o episódio.
“Fico surpreso, porque o povo colombiano é muito parecido com o brasileiro. Sempre tivemos uma boa relação. Me estranha o que aconteceu hoje. Quem cometeu esse ato terá que arcar com as consequências, até que isso acabe de vez”, declarou o treinador.
Pouco após o apito final, o Atlético-MG divulgou uma nota oficial, reafirmando seu compromisso no combate ao racismo:
“Lamentavelmente, mais um caso de injúria racial em competição sul-americana.
O atleta Caio foi vítima de ofensas racistas no jogo desta noite, em Bucaramanga, na Colômbia.”
O caso acende novamente o alerta sobre a persistência de atos racistas no futebol sul-americano, mesmo com campanhas educativas e protocolos de enfrentamento. A expectativa é de que a Conmebol tome providências diante do episódio.