Capitão da seleção da Tchéquia e um dos pilares do West Ham, Tomás Soucek abriu o coração ao revelar uma dura batalha que vinha travando longe dos gramados. Durante o lançamento de sua autobiografia, intitulada “Suk”, o meio-campista contou que enfrenta há mais de dois anos um quadro de depressão e insônia que quase o levou a abandonar o futebol.
“Passei por dois anos de horror. Tive vergonha de falar sobre isso por muito tempo. Nem meus pais sabiam o que eu estava vivendo até eu decidir escrever minhas memórias”, admitiu o jogador de 30 anos. “Era algo que me consumia. Pensei seriamente em encerrar a carreira. A insônia, a depressão, o medo do futuro… Mesmo hoje, ainda tento entender como tudo começou.”
Conhecido pela entrega em campo e pela disposição em disputar cada bola, Soucek revelou que a dor psicológica foi muito mais devastadora do que qualquer ferimento físico que já sofreu. “Onde outros tinham medo de colocar o pé, eu colocava a cabeça. Tenho inúmeras cicatrizes no corpo, mas isso aqui, a dor da alma, é muito pior. No início, consegui suportar, mas depois ficou insustentável. Passei a jogar todas as partidas sem dormir. Imaginem o que é isso.”
Apesar das dificuldades, o tcheco manteve desempenho notável. Na última temporada, disputou 38 jogos pelos Hammers, com nove gols e duas assistências.
Em 2025, já soma dez partidas e dois gols consecutivos na Premier League. Pela seleção nacional, acumula 85 convocações, tendo participado das Eurocopas de 2020 e 2024.
Soucek, que segue sendo referência técnica e emocional da equipe, foi novamente chamado pelo técnico Jaroslav Köstl para a Data Fifa de novembro, quando a Tchéquia enfrentará San Marino e Gibraltar.
A revelação do atleta reforça um tema cada vez mais presente no esporte: a importância da saúde mental dos jogadores, que, por trás da força e da rotina intensa de treinos, também enfrentam batalhas invisíveis fora de campo.