Tom Brady divide opiniões ao conciliar função de comentarista da NFL e sócio dos Raiders

Aline Feitosa
Quando se aposentou da NFL em 2023, Tom Brady deixou em aberto qual seria seu próximo passo fora dos gramados. Pouco depois, assumiu o posto de principal analista da Fox Sports, assinando um contrato de 10 anos avaliado em US$ 375 milhões (R$ 1,9 bilhão). Paralelamente, em 2024, tornou-se acionista minoritário do Las Vegas Raiders, adquirindo cerca de 5% da franquia.

A sobreposição dessas funções, no entanto, tem gerado debates e levantado questionamentos sobre conflitos de interesse. No ano passado, para evitar qualquer risco de repasse de informações privilegiadas, a NFL restringiu a participação de Brady em reuniões de produção e seu acesso a instalações das equipes. Isso fez com que, diferentemente de colegas de transmissão, ele ficasse de fora das conversas a portas fechadas com técnicos e jogadores.

Na atual temporada, a liga flexibilizou parte das regras, permitindo que o ex-quarterback participe remotamente das reuniões de pré-produção. Ainda assim, ele segue proibido de acompanhar treinos ou frequentar centros de treinamento rivais.

A polêmica ganhou novo fôlego nesta semana, quando Brady foi flagrado durante a transmissão da ESPN do jogo entre Raiders e Chargers, pela Semana 2, sentado junto à comissão técnica de Las Vegas no Allegiant Stadium, usando headset e acompanhando a comunicação entre os treinadores. A cena causou estranhamento e reabriu discussões sobre sua dupla função.

Em resposta, a NFL afirmou que não há normas que impeçam proprietários de ter acesso à cabine dos técnicos ou ao uso de headsets. O comunicado lembrou ainda que outros donos já foram vistos em situações semelhantes, como Carlie Irsay-Gordon, dos Colts.

Mesmo assim, analistas e ex-jogadores criticaram a situação. Marcus Spears, ex-defensive end, classificou como “um risco para a integridade da liga”, enquanto Domonique Foxworth, ex-cornerback e ex-presidente da Associação de Jogadores, disse que ficaria “desconfortável” caso fosse atleta em um time envolvido em jogos narrados por Brady. Para eles, o simples fato de existir a possibilidade de conflito já compromete a confiança no processo.

Outros, como o técnico dos Raiders, Pete Carroll, minimizam a questão. Segundo ele, Brady tem agido com profissionalismo e respeito, sem se envolver em decisões técnicas do time. Já Dan Quinn, treinador do Washington Commanders, destacou que os clubes sempre precisam administrar o que compartilham em reuniões de produção e que a presença de Brady não muda essa realidade.

Ainda assim, a situação continua a atrair olhares. No próximo domingo (21), os Raiders enfrentam os Commanders, equipe que Brady acompanhou de perto na Semana 1 enquanto trabalhava como comentarista da Fox.

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