Textor usa ativos do Botafogo como garantia em empresa nas Ilhas Cayman e causa nova crise com a Eagle

O modelo da operação é um mútuo conversível, ou seja, um empréstimo com possibilidade de ser convertido em ações. Assim, os 100 milhões de euros investidos por um novo parceiro seriam garantidos pelos ativos do Botafogo, caso o acordo não se concretize. Na prática, o Botafogo assumiria a dívida caso a conversão não ocorra, funcionando como uma forma de proteção para o investidor.

A medida, no entanto, gerou reações da Eagle Football Holdings, que entrou com uma ação na Justiça para tentar barrar a operação. A empresa busca impedir que a operação seja formalizada e quer que Textor seja impedido de realizar qualquer nova movimentação financeira sem o conhecimento prévio da holding. A tensão ocorre em meio ao enfraquecimento da posição de Textor na Eagle, especialmente após problemas administrativos no comando do Lyon, clube francês também sob gestão do empresário.

O Conselho de Administração da SAF também aprovou a cessão de um crédito da Eagle Holding do Reino Unido, no valor de até 150 milhões de euros,para a nova empresa nas Ilhas Cayman. Para isso, a entidade caribenha deverá pagar até 100 milhões de euros para assumir esse crédito, numa movimentação financeira paralela à injeção inicial de capital.

Participaram da reunião que aprovou as medidas os conselheiros John Textor, Jordan Eliott Fiksenbaum (indicado anteriormente pela Eagle), Kevin Weston e Durcesio Mello, ex-presidente do clube social. Todos votaram a favor das propostas, sem ressalvas.

A disputa expõe mais um capítulo da instabilidade nos bastidores da SAF alvinegra e levanta preocupações sobre os rumos administrativos e financeiros do clube, que ainda tenta consolidar sua nova fase empresarial enquanto lida com conflitos entre investidores e gestores.