O técnico da seleção da Escócia, Steve Clarke, fez um apelo público aos torcedores para que ajam com prudência financeira caso planejem acompanhar a Copa do Mundo da FIFA de 2026, que será disputada na América do Norte. A principal preocupação do treinador está nos altos valores envolvidos, tanto com viagens quanto com ingressos para as partidas.
O alerta ocorre em meio às críticas direcionadas à FIFA. Na semana passada, a Football Supporters Europe (FSE) solicitou que a entidade suspendesse imediatamente a venda de bilhetes destinados às seleções nacionais, alegando que os preços praticados são “extorsivos” e afastam o torcedor comum. Segundo a organização, os valores cobrados chegam a ser até cinco vezes maiores do que os aplicados na Copa do Mundo de 2022, no Catar.
Classificada para o torneio, a Escócia integrará o Grupo C ao lado de adversários de peso, como o Brasil, pentacampeão mundial, o Marrocos, semifinalista da última edição, e o Haiti. A expectativa é de que milhares de escoceses viajem para acompanhar a seleção em sua primeira participação em um Mundial desde 1998.
Em entrevista à “Sky Sports”, na segunda-feira (15), Clarke destacou que o alto custo já era esperado. “Viajar para os Estados Unidos é caro de qualquer forma. Mesmo para férias, é preciso planejar e economizar bastante para atravessar o Atlântico. Sempre soubemos que seria uma Copa do Mundo cara, e os preços dos ingressos são definidos pela FIFA”, afirmou.
O treinador reforçou o pedido para que os torcedores não comprometam a própria estabilidade financeira. “O mais importante para mim é que as pessoas não se endividem para ir. Se você tem condições, ótimo. Se não tem, eu entendo perfeitamente. Não se endividem e nem coloquem suas famílias em dificuldade”, completou.
Clarke também ponderou que, apesar da paixão dos torcedores escoceses, o número de viajantes pode ser menor do que em edições anteriores. “Gostaria de acreditar que, mesmo com um orçamento mais limitado, alguns torcedores ainda vão acompanhar a equipe em diferentes lugares. Mas talvez vejamos grupos menores, com cerca de 1.200 pessoas em alguns jogos”, avaliou.
Procurada sobre as críticas, a FIFA não respondeu diretamente às acusações da FSE. A entidade, porém, informou que recebeu cerca de cinco milhões de solicitações de ingressos nas primeiras 24 horas da fase mais recente de vendas para a Copa do Mundo de 2026.