O presidente da LaLiga, Javier Tebas, voltou a direcionar críticas contundentes ao Real Madrid, especialmente ao conteúdo veiculado pelo canal oficial do clube. Em entrevista ao jornal Sport, o dirigente afirmou que a postura adotada pelos merengues contribui para a criação de um ambiente permanente de tensão em torno da arbitragem e da própria competição.
Segundo Tebas, o discurso do Real Madrid tenta colocar o clube em oposição a todos os agentes do futebol espanhol. Para ele, a narrativa de perseguição, que envolve rivais, árbitros e a organização do campeonato, acaba distorcendo o debate esportivo. O dirigente também criticou a tentativa de associar erros de arbitragem atuais a episódios ocorridos no passado, destacando que essa ligação não tem fundamento e pode gerar desconfiança indevida sobre o trabalho dos árbitros.
Ao abordar o caso Negreira, Tebas fez questão de separar os temas. Ele lembrou que a própria LaLiga foi a primeira entidade a acionar o Ministério Público para investigar o episódio, mas reforçou que utilizar esse caso para justificar decisões de arbitragem atuais não faz sentido e apenas alimenta conflitos rodada após rodada.
O presidente da liga também comentou o cenário esportivo do campeonato espanhol, ressaltando o aumento do equilíbrio entre as equipes. De acordo com ele, vencer na LaLiga se tornou uma tarefa cada vez mais complicada, inclusive para os clubes de maior investimento. Resultados apertados e dificuldades fora de casa, segundo Tebas, refletem uma competição mais nivelada, citando exemplos como o bom desempenho do Villarreal e a irregularidade de equipes tradicionais como o Celta de Vigo.
Sobre o momento do Real Madrid, Tebas minimizou o discurso de crise. O dirigente afirmou já ter visto situações semelhantes em outras temporadas, nas quais o clube era dado como instável no início do campeonato, mas acabava abrindo vantagem significativa na tabela meses depois.
Por fim, Tebas defendeu o modelo econômico da LaLiga e o Fair Play Financeiro, classificando-o como flexível e adaptado à realidade de cada clube. Para ele, preservar a sustentabilidade financeira é essencial para o crescimento estrutural do futebol espanhol. “Se o mercado fosse liberado sem controle, o ganho seria momentâneo, mas colocaria todo o sistema em risco”, concluiu, destacando a importância desse equilíbrio para manter o valor da liga e a expansão dos direitos de transmissão.