Sem Horner, RBR vive nova fase na F1 e justifica saída por queda de desempenho
A decisão partiu da cúpula da Red Bull, mais precisamente de Oliver Mintzlaff, diretor de novos projetos da companhia. Segundo o consultor Helmut Marko, a demissão foi motivada por uma série de fatores, mas teve como principal razão o desempenho abaixo do esperado em 2024. “Informamos Christian Horner sobre a decisão em Londres. Agradecemos a ele pelos 20 anos de dedicação e pelos oito títulos mundiais. No entanto, a performance da equipe já não condizia com nossas expectativas”, afirmou Marko à Sky Alemanha, durante o GP da Bélgica.
A fala do consultor confirma informações antecipadas pelo jornal alemão Bild e reflete o clima turbulento vivido pela RBR ao longo da temporada. A equipe, que iniciou o ano como atual campeã de construtores, viu sua hegemonia ameaçada pela ascensão da McLaren, enquanto enfrentava conflitos internos, muitos deles centrados na figura de Horner.
Em meio à instabilidade, Horner protagonizou disputas com o próprio Marko e com Jos Verstappen, pai de Max Verstappen, e chegou a ser inocentado de uma acusação de conduta imprópria feita por uma funcionária. O episódio agravou a divisão nos bastidores e levantou rumores sobre uma possível saída de Verstappen caso o consultor fosse demitido.
Além disso, Horner conduziu a renovação de contrato com Sergio Pérez apenas para, nos bastidores, planejar sua saída ao fim da temporada. A ideia seria promover um rodízio com dois pilotos diferentes nos três primeiros GPs de 2025, estratégia que gerou críticas internas. Ao mesmo tempo, enfrentava rumores crescentes sobre a possível saída de Verstappen em 2026, diante da queda de desempenho que colocou a equipe na quarta posição do Mundial de Construtores.
Para o lugar de Horner, a Red Bull promoveu Laurent Mekies, ex-Ferrari e até então chefe da equipe-satélite RB. A direção técnica da RB, por sua vez, passou a ser comandada por Alan Permane.
Segundo Marko, o novo chefe terá uma atuação mais focada nos aspectos técnicos e de pista. “Felizmente, conseguimos trazer Laurent Mekies de dentro da própria estrutura da Red Bull. Ele é um engenheiro extremamente competente, e isso é crucial, considerando a complexidade da tecnologia atual da F1. Sua comunicação com a equipe tem sido excelente, e estamos otimistas de que podemos retomar nosso lugar no topo”, afirmou.
O início da nova gestão já gerou movimentações notáveis. Uma delas foi a decisão de Mekies de alocar um novo assoalho, inicialmente reservado como peça sobressalente para Verstappen, no carro de Yuki Tsunoda, após o japonês relatar que seu equipamento estava em desvantagem técnica.
A estratégia surtiu efeito na classificação: Tsunoda conquistou o sétimo lugar no grid, seu melhor resultado da temporada. No entanto, durante a corrida, o piloto foi chamado aos boxes mais tarde do que o ideal, o que comprometeu seu desempenho. Ele terminou apenas em 13º e fora da zona de pontuação. Mekies reconheceu a falha de estratégia.
Enquanto Max Verstappen garantiu o quarto lugar no GP da Bélgica, a RBR inicia um processo de reconstrução sob nova liderança e com o desafio de recuperar o desempenho que marcou sua era vitoriosa com Horner. Ao todo, o dirigente comandou a equipe em 405 Grandes Prêmios, com 124 vitórias, 287 pódios, oito títulos de pilotos e seis de construtores, um legado difícil de igualar, mas que a equipe espera superar com nova abordagem técnica e interna.
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