Na segunda-feira (6), o diretor de futebol do São Paulo, Rui Costa, participou de uma reunião com representantes da CBF, incluindo Rodrigo Cintra e Péricles Bassols, para discutir os erros de arbitragem ocorridos no clássico contra o Palmeiras, pelo Campeonato Brasileiro.
O clube paulista questiona cinco lances da partida, com destaque para dois deles: o pênalti não marcado em Gonzalo Tapia, derrubado por Allan, e a entrada dura de Andreas Pereira em Marcos Antonio, que poderia ter resultado em cartão vermelho. O árbitro Ramon Abatti
Abel não foi chamado ao VAR em nenhuma das situações, e por isso, os áudios das comunicações não foram divulgados publicamente.
Durante o encontro, a CBF apresentou ao São Paulo os áudios internos da arbitragem, confirmando que não houve recomendação formal do VAR para que o árbitro revisasse o possível pênalti em Tapia.
O presidente do São Paulo, Julio Casares, voltou a se manifestar sobre o caso, pedindo que a CBF abra uma exceção no protocolo para divulgar o conteúdo das conversas entre o árbitro de campo e a equipe do VAR.
“Foram cinco lances em que a tecnologia poderia ter feito a diferença. Faltou diálogo, firmeza e critério. Em Fortaleza, um lance semelhante resultou em expulsão, e agora não. Presidente, vamos quebrar o protocolo. Precisamos dos áudios para entender o que aconteceu”, afirmou Casares em comunicado oficial.
A CBF reiterou que não há previsão para a divulgação pública de checagens silenciosas, uma vez que o protocolo atual permite a publicação apenas de revisões formais (on-field reviews). A entidade explicou ainda que as checagens silenciosas são analisadas semanalmente nos Fóruns Permanentes das Séries A e B, com a presença de representantes dos clubes, como ocorreu nesta segunda, quando Rui Costa teve acesso ao material.
Em nota, a CBF destacou que é a única federação nacional que publica integralmente os áudios e vídeos de todas as revisões protocolares. No entanto, irá consultar a FIFA sobre a possibilidade de também divulgar as checagens não protocolares.
Caso a proposta seja aprovada, os registros dessas revisões, inclusive os que indicarem erros técnicos ou omissões do VAR, poderão passar a ser tornados públicos de forma sistemática, ampliando a transparência na arbitragem brasileira.