San Lorenzo anuncia estádio “Papa Francisco” em homenagem ao pontífice falecido

“Ele aceitou com grande emoção”, afirmou Moretti, destacando o orgulho do clube em eternizar a figura do torcedor mais ilustre de sua história.

O novo estádio está sendo construído no bairro de Boedo, em Buenos Aires, no mesmo terreno que abrigava o antigo Viejo Gasómetro. Com capacidade prevista para 50 mil torcedores, a arena tem entrega estimada para 2026, após atrasos que postergaram o cronograma inicial de conclusão, antes previsto para 2023.

Nascido Jorge Mario Bergoglio, o Papa Francisco sempre demonstrou sua paixão pelo futebol e, em especial, pelo San Lorenzo. Criado no bairro de Flores, em Buenos Aires, sua ligação com o clube começou ainda na infância, incentivado pelo pai, que o levava aos jogos no antigo estádio.

Em 2013, o pontífice relembrou com carinho suas memórias de torcedor em uma carta endereçada ao então presidente do clube, divulgada pelo site “Futebol Portenho”: “Ao ler suas palavras, estão vindo à minha memória belas lembranças, começando desde a minha infância. Seguia, aos dez anos, a gloriosa campanha de 1946. Aquele gol de Pontoni!”

A equipe de 1946 ficou marcada como uma das mais lendárias da história do San Lorenzo, contando com craques como Pontoni, Basso e Martino. Além do título argentino, o time teve uma vitoriosa excursão europeia, superando as seleções nacionais de Espanha e Portugal.

Já no papado, Francisco acompanhou de perto a trajetória vitoriosa do clube em 2013, quando o San Lorenzo encerrou um jejum de seis anos e voltou a conquistar o Campeonato Argentino. No ano seguinte, sob comando de Edgardo Bauza, o clube alcançou um feito histórico ao conquistar sua primeira Copa Libertadores, superando adversários como Grêmio e Cruzeiro. Em reconhecimento, o elenco campeão foi recebido pelo Papa no Vaticano, em uma visita marcada pela emoção e pela fé do torcedor Bergoglio.

O novo estádio “Papa Francisco” não será apenas uma homenagem a um líder religioso, mas um símbolo da ligação entre paixão popular, história e espiritualidade, tudo representado nas cores azul e grená do Ciclón.