O técnico português Renato Paiva voltou a comentar sobre sua saída do Botafogo, ocorrida em junho, após a participação do clube no Mundial de Clubes da Fifa. Em entrevista ao programa The RGMedia, Paiva criticou duramente o dono da SAF alvinegra, John Textor, e afirmou que o dirigente tentou interferir em seu trabalho.
“ O dono acreditava que o Botafogo não deveria ter sido eliminado pelo Palmeiras. Ele questionou meu estilo de jogo, disse que fui defensivo demais e acabou me demitindo. Já disse antes e repito: a minha demissão diz muito mais sobre quem me demitiu do que sobre o meu trabalho”, declarou Paiva.
A queda do treinador aconteceu logo após a derrota por 1 a 0 para o Palmeiras, com gol de Paulinho, nas semifinais do torneio. Textor teria se incomodado com a postura tática do time, considerada excessivamente cautelosa. A decisão surpreendeu, já que o Botafogo vinha de uma vitória expressiva sobre o PSG, em Pasadena, nos Estados Unidos.
Paiva também revelou que o empresário norte-americano teria sido indireto e contraditório no processo de demissão.
“ Ele não teve coragem de fazer isso pessoalmente. No sábado, depois do jogo contra o Palmeiras, me abraçou e disse: “Professor, continue”. No dia seguinte, mandou me demitir. Não teve coragem de olhar nos meus olhos”, afirmou.
O treinador ainda acusou Textor de tentar interferir nas escalações e nas decisões táticas.
“Fui demitido porque não permiti que ele se metesse no meu trabalho. Ele queria escolher jogadores, influenciar o sistema tático. Não fiz o que ele queria e paguei por isso. Não sou um fantoche”, disparou.
Após a saída de Paiva, o Botafogo contratou Davide Ancelotti, filho de Carlo Ancelotti, para comandar o time. O italiano, no entanto, vem enfrentando dificuldades, com queda de rendimento e problemas de elenco desde que assumiu o cargo.