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Relatório aponta má conduta grave de 12 ex-policiais no desastre de Hillsborough, 36 anos após a tragédia

22:12, 2 dezembro 2025
Aline Feitosa
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Uma nova e extensa investigação sobre a tragédia de Hillsborough, que deixou 97 torcedores do Liverpool mortos em 1989, concluiu nesta terça-feira (2) que 12 ex-policiais, muitos deles de alta patente, deveriam ter sido responsabilizados por má conduta grave. O episódio, ocorrido durante a semifinal da Copa da Inglaterra contra o Nottingham Forest, em Sheffield, segue como uma das maiores tragédias em estádios da história do futebol.

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As vítimas, muitas delas jovens, morreram esmagadas em um setor superlotado e cercado da arquibancada. Na época, a polícia atribuiu o caos a torcedores supostamente embriagados, uma versão contestada desde o início por sobreviventes, familiares e pela comunidade de Liverpool, que travou uma longa batalha por justiça e verdade.

Décadas depois, inquéritos e uma investigação independente comprovaram que os torcedores não tiveram qualquer responsabilidade e que as mortes foram resultado de falhas graves da polícia. Ainda assim, nenhum agente foi condenado criminalmente. Em 2019, David Duckenfield, comandante responsável pela operação no dia da partida, foi absolvido da acusação de homicídio culposo.

O relatório divulgado agora pelo Escritório Independente de Conduta Policial (IOPC) reforça conclusões anteriores e aponta que 327 depoimentos de policiais foram alterados após a tragédia, numa tentativa clara de minimizar erros e blindar a corporação. A revisão feita pela Polícia de West Midlands logo após o desastre também foi considerada falha e tendenciosa, demonstrando favorecimento a colegas de farda.

Segundo o IOPC, se ainda estivessem na ativa, 12 ex-policiais, entre eles o então chefe de polícia de South Yorkshire, Peter Wright, teriam que responder formalmente por má conduta grave. Além disso, 92 queixas contra ações policiais foram consideradas fundamentadas ou exigiriam justificativas formais dos agentes envolvidos.

A investigação, porém, não encontrou evidências de que familiares e ativistas tenham sido alvo de grampos ou vigilância ilegal, nem de que houvesse uma conspiração institucional mais ampla envolvendo membros da Maçonaria ou setores do governo.

Para Kathie Cashell, vice-diretora-geral do IOPC, as conclusões evidenciam décadas de negligência e injustiça.
“O que essas famílias tiveram que suportar por mais de 36 anos é motivo de vergonha nacional”, afirmou.

Publicado em: Notícias,
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