O governo do Reino Unido afirmou nesta quarta-feira (17) que dará um prazo final ao bilionário russo Roman Abramovich para que os 2,5 bilhões de libras obtidos com a venda do Chelsea Football Club sejam direcionados à Ucrânia. Caso não haja avanço, as autoridades britânicas dizem estar prontas para levar o empresário aos tribunais.
Abramovich foi alvo de sanções impostas por Londres após a invasão da Ucrânia pela Rússia, em 2022. A medida levou à venda acelerada do Chelsea e ao congelamento dos recursos da transação. O clube da Premier League foi adquirido, em 2023, por um consórcio liderado por Todd Boehly e pela Clearlake Capital.
O governo britânico defende que o valor seja utilizado exclusivamente em ações humanitárias na Ucrânia, alinhando-se a um movimento europeu que busca responsabilizar Moscou pelos custos das mortes e da destruição causadas pela guerra. Abramovich, por sua vez, tem pedido maior liberdade no uso dos recursos, argumentando que o dinheiro deveria beneficiar todas as vítimas do conflito.
Em comunicado oficial, o governo afirmou estar “totalmente preparado para recorrer à Justiça, se necessário, para fazer valer o acordo firmado em 2022”, caso o montante não seja liberado rapidamente. A ministra das Finanças, Rachel Reeves, foi enfática ao tratar do impasse. “É inaceitável que mais de 2,5 bilhões de libras destinados ao povo ucraniano continuem congelados em uma conta bancária no Reino Unido”, declarou.
O primeiro-ministro Keir Starmer reforçou a posição do governo e afirmou que o país emitirá uma licença específica para viabilizar a liberação dos recursos.