O Real Madrid deu um passo inédito ao anunciar, neste domingo (23), uma proposta para permitir que investidores externos adquiram até 10% das ações do clube. A mudança, apresentada por Florentino Pérez na assembleia geral em Valdebebas, prevê uma reforma estatutária para criar uma subsidiária que preserve o controle total dos mais de 100 mil sócios.
“Continuaremos sendo um clube de sócios, mas precisamos de uma estrutura que permita incorporar uma participação minoritária, nunca superior a 10%, de investidores de longo prazo”, afirmou o presidente. Segundo ele, a entrada de capital externo serviria para fortalecer o clube e ao mesmo tempo valorizar seus ativos.
Pérez destacou que qualquer participação seria simbólica e submetida a rígidas condições: os investidores teriam de respeitar os valores do Real Madrid, apoiar o crescimento institucional e ajudar a proteger o patrimônio contra “ataques externos”. O clube manteria também direito de recompra.
Ele reforçou que o controle, governança e essência do Real Madrid seguirão exclusivamente nas mãos dos sócios. A proposta, segundo o dirigente, garantiria que os atuais associados sejam reconhecidos como os verdadeiros donos do clube, com o número de sócios estabilizado para o futuro.
Florentino justificou a reforma como uma estratégia de proteção e valorização da instituição, acusando ainda Javier Tebas e a Uefa de tentarem reduzir a capacidade de arrecadação do Real Madrid.
“Seremos nós, os sócios de hoje, responsáveis por preservar nossos valores e assegurar que o clube continue liderando o futebol mundial”, concluiu.