Em uma atuação dominante diante de um Ginásio do Ibirapuera lotado, Rayssa Leal escreveu mais um capítulo histórico no skate mundial ao garantir, no último domingo, seu quarto título da SLS, a principal liga de skate street do planeta. A maranhense, prestes a completar 18 anos em 4 de janeiro, voltou a impressionar pela frieza e maturidade que já marcam sua trajetória.
O título, que rendeu US$ 100 mil (cerca de R$ 545 mil), amplia uma coleção já de respeito: duas medalhas olímpicas (prata em Tóquio e bronze em Paris), dois Mundiais da World Skate e uma série de vitórias em etapas nacionais e internacionais. Apesar do currículo extenso, Rayssa garante que a fome por vitórias permanece.
“Hoje eu não preciso provar nada para ninguém. Tenho muitos títulos, tenho um time incrível, mas eu queria muito ganhar esse campeonato. Estava muito focada nisso”, afirmou.
A performance quase impecável ganha ainda mais peso diante dos obstáculos da semana. Na sexta-feira, a skatista sofreu uma queda forte durante os treinos, o que abalou o plano inicial. Além disso, ela vinha pressionada por resultados recentes abaixo do esperado, como a eliminação precoce na etapa de Paris da SLS, em outubro.
“No primeiro dia de treino eu caí feio e isso me desestabilizou um pouco. Depois cuidei do meu físico e do meu mental”, contou.
Na final do Super Crown, Rayssa superou uma verdadeira tropa de elite: quatro japonesas Coco Yoshizawa (campeã olímpica), Liz Akama (vice), Yuna Nakayama e Yumeka Oda, além da australiana Chloe Covell, de apenas 15 anos, líder do ranking de 2025.
A decisão ficou nas manobras finais, quando a brasileira precisou combinar técnica e estratégia para garantir notas altas e superar rivais de altíssimo nível.
“A última manobra foi totalmente estratégica. Depois de ver o que a Chloe fez, escolhi algo que me deixava mais confiante, e funcionou. Fechamos o ano com chave de ouro”, celebrou.