O Paris Saint-Germain brilhou na temporada 2024/2025 com um elenco exuberante, liderado por Dembélé e impulsionado por uma nova geração talentosa, João Neves, Doué, Barcola e Nuno Mendes. Nesse contexto, muitos imaginavam que Ayman Kari, meio-campista formado no clube e nascido em 2004, alcançaria o mesmo patamar. Visto como joia da base parisiense e da seleção francesa, o jogador parecia destinado ao estrelato. Mas seu trajeto tomou um rumo inesperado.
Kari viveu seu momento de maior exposição entre 2022 e 2024, quando foi emprestado ao Lorient por 18 meses. Foram apenas 20 partidas, um gol e uma assistência, números discretos para quem carregava expectativas tão altas. De volta ao PSG no último verão europeu, o jovem não convenceu a comissão de Luis Enrique e acabou ficando sem clube.
Segundo o jornal L’Équipe, sua situação se agravou nos meses seguintes. Recluso, o meio-campista teria cortado contato até mesmo com ex-companheiros. A publicação afirma que ele já manifestava, há algum tempo, o desejo de abandonar o futebol.
A decepção é sentida também por quem acompanhou de perto sua evolução. Um olheiro de um grande clube europeu relatou ao jornal que Kari possuía um talento bruto superior até mesmo ao de João Neves e Warren Zaïre-Emery, dois dos maiores nomes de sua geração. “O Ayman tinha tudo. Mas o futebol também se joga com a cabeça. Desde muito cedo já se ouvia que ele pensava em largar a carreira”, disse.
O ponto de ruptura teria ocorrido no meio do ano passado, quando o jogador se reapresentou ao PSG muito acima do peso, cerca de 10 quilos além do ideal. O Saint-Étienne chegou a demonstrar interesse em contratá-lo, mas desistiu após obter informações sobre sua condição.
“O clube entrou em luto naquele momento. Percebemos que tinha acabado”, afirmou uma fonte ligada ao PSG ao L’Équipe.
A queda abrupta de Ayman Kari expõe um tema sensível e recorrente no futebol moderno: o impacto psicológico sobre jovens promessas e a dificuldade de lidar com expectativas que surgem antes mesmo da consolidação profissional. O garoto que um dia foi tratado como uma das maiores esperanças do PSG agora vive um futuro incerto, e distante dos holofotes.