Projeto SAFiel propõe transformar Corinthians em SAF com participação direta da torcida

O plano prevê a criação de um novo CNPJ que dividiria responsabilidades com o clube associativo, mas com estrutura voltada à transparência e à atração de investidores. No entanto, o texto entra em conflito com a proposta de reforma do estatuto corintiano, apresentada por Romeu Tuma Jr. na segunda-feira (27), que estabelece que 51% do capital social de uma eventual SAF deve permanecer sob controle do clube.

Durante a apresentação, Carlos Teixeira alertou que essa exigência pode afastar investidores e comprometer a viabilidade do projeto.
“ Se o clube associativo quiser manter a maioria das ações, manda um sinal de que quer continuar no comando. E isso afasta o capital mais sério e institucional, que não quer correr riscos. O modelo associativo, infelizmente, é o principal responsável pela situação financeira atual. Dificilmente haveria investimento sem uma mudança real de controle”, afirmou.

Eduardo Salusse, também idealizador da SAFiel, criticou o estatuto corintiano, mas destacou que o apoio da torcida pode ser decisivo para o avanço da proposta.
“O estatuto do Corinthians é antigo, ruim, contraditório e cheio de brechas. Eu sou de uma geração em que o olho no olho vale mais do que o que está no papel. Se houver vontade política, o estatuto não será obstáculo. O Cruzeiro tinha uma restrição semelhante e conseguiu alterá-la na mesma assembleia em que aprovou a SAF”, completou.

A SAFiel propõe uma gestão moderna, descentralizada e participativa, em que os torcedores teriam papel de acionistas e fiscalizadores do clube. O movimento agora busca apoio político dentro do Corinthians para levar a proposta à votação.