O futuro de Frédéric Vasseur no comando da Ferrari está por um fio. Segundo o jornal italiano La Gazzetta dello Sport, o francês terá os próximos três GPs, Canadá, Áustria e Inglaterra, para convencer a alta cúpula da escuderia de que merece permanecer à frente do time além de 2025, quando se encerra seu contrato.
Comandando a equipe desde 2023, Vasseur vê sua posição ameaçada após uma temporada abaixo das expectativas. Internamente, a pressão liderada pelo presidente John Elkann e pelo CEO Benedetto Vigna já se intensificou, e o nome de Antonello Coletta, atual chefe do programa da Ferrari no Mundial de Endurance (WEC), desponta como possível substituto.
Coletta, aliás, foi responsável por recolocar a Ferrari no topo em Le Mans, 59 anos após o último triunfo da equipe na tradicional prova de resistência. Sob seu comando, o time lidera o Mundial de Construtores do WEC em 2025 e pode garantir o título ainda este ano. Caso a conquista se concretize, o convite para assumir o time da F1 pode ser inevitável.
A pressão sobre Vasseur cresceu ainda mais com a chegada de Lewis Hamilton. A contratação do heptacampeão alimentou um clima de otimismo em Maranello, reforçado pela promessa de um carro praticamente novo: segundo Vasseur, a SF-25 era “99% diferente” do modelo anterior. As principais mudanças incluíram uma nova suspensão dianteira em estilo pull-rod e a chegada de Loïc Serra como novo diretor-técnico, aposta arriscada, já que ele assumia a função pela primeira vez.
Na prática, no entanto, os resultados ficaram longe do esperado. O novo carro tem enfrentado sérios problemas de equilíbrio, especialmente nas curvas, o que tem gerado críticas públicas de Hamilton e Charles Leclerc. Em resposta, a Ferrari prepara atualizações na suspensão traseira e no assoalho, embora a diferença de performance para a McLaren pareça, neste momento, intransponível.
A frustração já transparece nos bastidores. Hamilton chegou a sugerir que a equipe concentre esforços no projeto de 2026, enquanto a comunicação entre o britânico e o time técnico parece cada vez mais desgastada. Vasseur, por sua vez, rebateu recentemente uma crítica do piloto, classificando como “exagero” a avaliação negativa do carro.
Apesar da crise, a Ferrari ocupa a vice-liderança do Mundial de Construtores com 165 pontos, distante, porém, dos 362 da McLaren. Entre os pilotos, Leclerc é o melhor posicionado, em quinto lugar com 94 pontos, seguido por Hamilton, com 71. O australiano Oscar Piastri lidera com 186.
A próxima etapa do campeonato acontece neste fim de semana, entre os dias 13 e 15 de junho, com o Grande Prêmio do Canadá, em Montreal. Para Vasseur, o circuito Gilles Villeneuve pode representar mais do que um desafio esportivo — pode ser o início de sua última chance no comando da Ferrari.