Presidente da FIA cogita flexibilizar regras sobre conduta após críticas de pilotos

As regras em questão estão no Anexo B do Código Esportivo Internacional, que foi endurecido em janeiro deste ano e estabelece sanções para atitudes consideradas prejudiciais à imagem da FIA e ao automobilismo como um todo. Entre os alvos das normas estão declarações públicas e uso de linguagem considerada inadequada.

“Após ouvir o feedback construtivo dos pilotos dos sete campeonatos mundiais da FIA, estou avaliando possíveis melhorias no Anexo B”, escreveu Ben Sulayem em publicação no Instagram. “Como ex-piloto de rali, entendo melhor do que muitos as pressões que os competidores enfrentam.”

No Mundial de Rali, as tensões diminuíram após um acordo entre pilotos e organizadores, permitindo a divisão dos eventos em zonas controladas e não controladas, onde o comportamento é avaliado com critérios distintos. O estoniano Ott Tänak, campeão de 2019, elogiou os avanços nas negociações. “Tivemos progressos muito positivos”, afirmou.

Na Fórmula 1, a rigidez das normas também gerou desconforto. O atual campeão mundial, Max Verstappen, foi punido no ano passado com a obrigação de realizar trabalho comunitário por uso de linguagem imprópria. Neste mês, o piloto evitou comentar uma punição que considerou injusta no GP da Arábia Saudita. “Não posso dar minha opinião porque posso ser penalizado”, declarou.

Apesar da rigidez do novo regulamento, há sinais de maior flexibilidade. Recentemente, o piloto Carlos Sainz, da Williams, usou uma expressão inadequada em coletiva de imprensa, mas não foi sancionado, o que indica uma possível abertura da FIA para rever a aplicação das penalidades.

A discussão sobre liberdade de expressão e o limite da conduta esportiva continua em pauta, especialmente em um momento de crescente visibilidade e pressão sobre os pilotos nas principais categorias do automobilismo mundial.