Pékerman revela operação secreta para impedir Messi de defender a Espanha

Pékerman explicou que já havia recebido informações sobre Messi após um torneio Sub-17 no qual o atacante atuou pela Espanha. Segundo ele, membros da comissão técnica espanhola comentavam que o desempenho do então adolescente poderia ter mudado o rumo da competição. Foi o suficiente para acender o alerta na Argentina.

“Eu disse ao Hugo Tocalli que estava impressionado. Sabia que ele era o jogador do futuro, uma bênção para o futebol argentino. Mas como já existiam documentos para que ele disputasse o Mundial Sub-20 pela Espanha, precisávamos agir rápido”, relatou Pékerman.

O problema é que Tocalli, auxiliar e técnico do Sub-20, já tinha o elenco fechado para o Mundial, que começaria em um mês. Ainda assim, Pékerman insistiu: não era necessário usar Messi no torneio, bastava que ele participasse de um amistoso oficializado, assinasse a súmula e, assim, ficasse bloqueado para defender a Espanha.

Após conversar com o presidente da AFA e explicar a urgência do caso, tudo foi preparado.

O amistoso decisivo ocorreu em junho de 2004, contra o Sub-20 do Paraguai. Aos 17 anos, Messi vestiu pela primeira vez a camisa argentina e deixou sua marca imediatamente: entrou no intervalo, marcou um golaço e distribuiu duas assistências. Com o jogo registrado na FIFA, a Espanha perdeu qualquer possibilidade de convocá-lo.

A história mostrou que a aposta de Pékerman foi certeira. Desde então, Messi disputou 196 partidas pela Argentina, marcou 115 gols e liderou a seleção a conquistas históricas: o Mundial Sub-20 de 2005, o ouro olímpico em 2008 e, principalmente, a Copa do Mundo de 2022.