A National Women’s Soccer League (NWSL) anunciou a criação da High Impact Player Rule, mecanismo que permitirá aos clubes ultrapassar o teto salarial da liga em até US$ 1 milhão para contratar ou manter atletas consideradas estratégicas do ponto de vista esportivo ou comercial.
A nova regra entrará em vigor a partir de julho do próximo ano e surge como resposta ao aumento da concorrência internacional, especialmente da Europa, que tem atraído nomes de destaque do futebol feminino norte-americano.
Pelo regulamento, cada equipe poderá utilizar o valor extra em uma única jogadora ou dividi-lo entre várias atletas, desde que elas cumpram critérios rigorosos. Entre os requisitos estão desempenho técnico reconhecido por rankings especializados, convocações para a seleção dos Estados Unidos e premiações individuais dentro da liga, fatores que tornam a exceção limitada a um grupo seleto.
Segundo a comissária da NWSL, Jessica Berman, a medida é estratégica para o crescimento e a sustentabilidade da competição. “Garantir que nossos clubes possam competir pelas melhores jogadoras do mundo é essencial. A regra permite investimentos direcionados em talentos de elite, fortalece a retenção de estrelas e reforça nosso compromisso com elencos de nível mundial”, afirmou.
A proposta, porém, encontrou resistência da NWSL Players Association (NWSLPA). Em comunicado oficial, o sindicato criticou a criação unilateral da regra e destacou que mudanças na estrutura de remuneração devem passar por negociação coletiva, conforme a legislação trabalhista dos Estados Unidos. “Remuneração justa vem de sistemas equilibrados e negociados coletivamente, não de classificações arbitrárias”, diz a nota.
Como alternativa, a entidade defende o aumento direto do teto salarial e a criação de mecanismos que deem previsibilidade financeira para contratos de longo prazo, por meio de acordos coletivos.
Atualmente, o teto salarial da NWSL é de US$ 3,5 milhões (2025). A exceção proposta representa um aumento potencial de quase um terço desse valor. A liga estima que a nova regra elevará os gastos com salários em cerca de US$ 16 milhões em 2026 e até US$ 115 milhões até o fim do atual acordo coletivo, válido até 2030. O modelo se inspira na Designated Player Rule da MLS, adotada em 2007, que impulsionou a competitividade global da liga masculina dos Estados Unidos.