Rafael Nadal sabe como poucos o peso de uma grande rivalidade no tênis. Protagonista do histórico “Fedal” com Roger Federer e parte essencial do lendário “Big Three” ao lado de Novak Djokovic, o espanhol observa de perto a nova era marcada pelo domínio absoluto de Carlos Alcaraz e Jannik Sinner, donos dos últimos oito Grand Slams e líderes isolados do circuito.
Mas, para Nadal, há uma diferença crucial entre sua geração e a atual: falta um terceiro nome capaz de romper a hegemonia dos dois jovens fenômenos.
Questionado sobre a possibilidade de João Fonseca, brasileiro de 19 anos e já número 24 do mundo, ser o primeiro a ameaçar essa dupla dominante, Nadal pediu calma:
“Vamos ver o que acontece com ele. É muito jovem, acaba de chegar. Ainda não está em condições de pensar nisso. Vamos observar sua evolução”, afirmou o ex-número 1, aposentado desde 2024 e dono de 22 Grand Slams, em entrevista ao programa “El Larguero”.
João vem de uma temporada de ascensão meteórica: subiu 121 posições no ranking e conquistou seus dois títulos mais relevantes, o ATP 250 de Buenos Aires e o ATP 500 de Basileia. Mesmo assim, a distância para o topo ainda é gigante. Sinner soma 11.500 pontos; Alcaraz, 12.050. Já Fonseca aparece com 1.635.
Diante desse abismo, Nadal acredita que a responsabilidade por equilibrar o circuito recai sobre nomes mais experientes:
“ Falta um Zverev em boa fase, um Medvedev em boa fase. Alcaraz e Sinner disputaram quase todas as finais importantes do ano. Falta alguém para incomodá-los. Djokovic é difícil, mas falta alguém. Eles abriram uma diferença enorme. Mais concorrência seria bom até para eles”,analisou o espanhol.
Enquanto tenta se consolidar entre os grandes, João Fonseca terá uma chance especial: enfrenta Carlos Alcaraz no dia 8 de dezembro, em uma partida de exibição em Miami.