MP-SP denuncia Augusto Melo e ex-dirigentes do Corinthians por esquema de R$ 40 milhões envolvendo patrocínio da VaideBet
Outros dois empresários, Victor Henrique de Shimada e Ulisses de Souza Jorge, também foram alvos da denúncia, especificamente pelo crime de lavagem de dinheiro. Os promotores pedem à Justiça o bloqueio de bens dos envolvidos, pessoas físicas e jurídicas, e uma indenização de R$ 40 milhões ao Corinthians, valor que representa o prejuízo estimado causado ao clube.
A denúncia é fruto de uma investigação conduzida em conjunto pelo MP-SP e pela Polícia Civil desde o ano passado, com foco em suspeitas de irregularidades no contrato de patrocínio firmado com a VaideBet. Segundo os investigadores, os valores pagos como comissão pela intermediação do acordo teriam sido desviados por meio de empresas fantasmas para encobrir transações ilegais.
“Está muito claro os caminhos tortuosos e ilegais que o dinheiro percorreu desde que saiu dos cofres corintianos”, afirma um trecho da denúncia. De acordo com o MP, mais de R$ 1 milhão foi transferido para empresas de fachada, que atuariam como receptoras de recursos ilícitos oriundos de estruturas criminosas especializadas em lavagem de capitais.
O próximo passo será a análise do caso por um juiz. Caso a denúncia seja aceita, os denunciados se tornarão réus e o processo criminal terá início, com audiências, depoimentos, coleta de provas e, ao final, a sentença judicial.
Apesar de ter sido indiciado pela Polícia Civil, o ex-diretor jurídico do Corinthians, Yun Ki Lee, ficou de fora da denúncia. Para o MP, ainda há dúvidas se ele agiu com dolo ao permitir os atos da suposta organização criminosa ou se apenas foi negligente em sua função recém-assumida no clube.
O prejuízo estimado de R$ 40 milhões ao Corinthians decorre de dois fatores:
- R$ 1,4 milhão pagos à empresa Rede Social Media Design, de Alex Cassundé, como comissão pela intermediação do patrocínio com a VaideBet;
- Multa de R$ 38,8 milhões pela rescisão unilateral do contrato com a antiga patrocinadora máster, a casa de apostas Pixbet.
O contrato com a VaideBet foi anunciado em janeiro de 2024, nos primeiros dias da gestão de Augusto Melo, e previa o pagamento de R$ 370 milhões em três anos. No entanto, logo após a divulgação do acordo, veio à tona a participação da empresa Rede Social Media Design, apontada como intermediadora da negociação. A empresa já havia atuado na campanha eleitoral de Melo e, segundo o contrato, teria direito a uma comissão de R$ 25 milhões.
O pagamento das duas primeiras parcelas,R$ 700 mil cada, totalizando R$ 1,4 milhão, foi efetuado mesmo sem a autorização do então diretor financeiro, Rozallah Santoro, o que gerou forte disputa interna no clube.
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