Morata desabafa sobre saúde mental e desrespeito da torcida: “Não vale a pena continuar jogando pela seleção para ser insultado”

Aline Feitosa
Capitão da seleção espanhola e nome de destaque no futebol europeu, Álvaro Morata expôs com franqueza os traumas vividos dentro e fora de campo. Em um documentário que estreia nesta terça-feira (17) na plataforma Movistar Plus, o atacante compartilha episódios marcantes de sua luta contra a depressão, ataques de pânico e os efeitos devastadores da pressão pública,especialmente os insultos vindos das arquibancadas e das redes sociais.

“Vale a pena continuar jogando pela seleção só para ser insultado e vaiado nos estádios onde você joga com a camisa do seu país? Não vale a pena”, afirma Morata no documentário “Morata: Você Não Sabe Quem Eu Sou”.

O jogador de 32 anos relata que os problemas começaram ainda em sua passagem pelo Atlético de Madrid, agravando-se com críticas da imprensa e manifestações hostis de parte da torcida, que chegaram a atingir sua família. Segundo ele, os episódios o levaram a refletir seriamente sobre a continuidade de sua trajetória com a camisa da Roja.

Morata não esconde o quão fundo mergulhou em sua crise emocional. Em uma das passagens mais fortes do documentário, ele revela ter cogitado forjar lesões para escapar dos gramados:

“Cheguei a pensar em fingir que estava machucado para não jogar. A mente começa a criar mecanismos de fuga para o que te machuca. Era como estar em uma sala completamente escura, com todos me olhando, julgando. A minha cabeça me bombardeava com mensagens horríveis o tempo inteiro.”

O atacante destacou ainda a importância da ajuda psicológica profissional como fator determinante para sua recuperação: “Foi essencial. Se não fosse isso, talvez não estivesse mais aqui como atleta.”

Mesmo após levantar o troféu da Eurocopa com a seleção espanhola, Morata lamenta que a postura de parte da torcida permaneça a mesma. Segundo ele, a conquista não foi suficiente para gerar respeito.

“Achei que, depois de vencermos a Eurocopa, haveria mais empatia. Mas a realidade é que muitos seguem tratando os jogadores como se não fossem humanos.”

A possibilidade de se despedir da seleção já foi mencionada por Morata anteriormente. No último dia 8, após a derrota para Portugal nos pênaltis, na final da Nations League, ele deixou no ar a dúvida sobre o futuro com a equipe nacional: “É possível que eu não esteja aqui em setembro”, disse.

Após deixar o Atlético de Madrid, Morata acertou sua transferência para o Galatasaray, da Turquia, após uma breve passagem pelo Milan. Aos 32 anos, vive um momento de reflexão profunda sobre sua relação com o futebol e com a torcida espanhola.

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