Mirassol rompe todas as barreiras, vira sensação nacional e garante vaga histórica na Libertadores

Aline Feitosa
O Mirassol entrou na Série A de 2025 como a típica história improvável. Um clube de uma cidade de apenas 65 mil habitantes, estreante na elite e tratado como “virtual rebaixado” antes mesmo da bola rolar. O lema da temporada, “vivendo o sonho”, parecia mais um mantra de sobrevivência do que ambição real. Mas o que era sonho virou ousadia, e a ousadia virou história.

Na noite de 2 de dezembro de 2025, o Leão Caipira escreveu seu capítulo mais impressionante ao vencer o Vasco por 2 a 0, em São Januário, garantindo com uma rodada de antecedência sua vaga direta na fase de grupos da Libertadores. Uma façanha que extrapola números e desafia os padrões dos pontos corridos, talvez a maior zebra positiva que o formato já viu.

O técnico Rafael Guanaes, agora unanimidade nacional, já havia percebido no início do campeonato que o Mirassol poderia mirar acima da simples permanência. No cenário mais otimista, imaginava-se uma vaga na Sul-Americana. Libertadores? Era devaneio. Até deixar de ser.

A campanha que levou o time aos 66 pontos e à quarta colocação não foi construída em picos, mas em constância. O Mirassol nunca ficou mais de três jogos sem vencer, manteve o mesmo ritmo competitivo do início ao fim e colecionou elogios até nos raros tropeços. A derrota por 3 a 0 para o Corinthians, por exemplo, veio acompanhada de aplausos pelo volume de jogo.

O clube tem estrutura moderna e gestão sólida, mas isso não explica, sozinho, o fenômeno. O diferencial foi humano. À frente dessa revolução está Juninho Antunes, vice-presidente e idealizador do projeto, responsável por montar um ambiente leve, unido e guiado por profissionais com fome de vitória.

A mistura entre veteranos e jovens rendeu um elenco que se completou em campo. Walter, que cogitava aposentadoria no início do ano, deve terminar 2025 como o melhor goleiro do Brasileirão. Reinaldo, aos 36 anos, vive a temporada mais artilheira da carreira, com 14 gols. E nomes pouco conhecidos nacionalmente, como Lucas Ramon, Jemmes, João Victor, Danielzinho, Negueba e Alesson, se transformaram em protagonistas. O banco também respondeu com força, graças a peças como Daniel Borges, Gabriel Knesowitsch, José Aldo, Carlos Eduardo e Cristian.

O Mirassol tornou-se um case esportivo, desses que serão estudados, copiados e lembrados. A coragem virou identidade; o equilíbrio emocional, marca registrada. A equipe não se abalou em nenhuma das 37 rodadas disputadas até aqui.

Para 2026, o desafio será ainda maior: disputar Paulistão, Copa do Brasil, Brasileirão e a inédita Libertadores. A expectativa subiu, e o Mirassol, agora, não é mais surpresa para ninguém.

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