Milan e Inter de Milão deram um passo decisivo nesta quarta-feira (5) para concretizar a compra do estádio San Siro e da área ao redor junto às autoridades municipais. O movimento marca o início do processo de demolição do icônico estádio e a construção de uma nova arena, mais moderna e multifuncional, que promete redefinir o cenário esportivo e urbano da cidade.
De acordo com o comunicado conjunto, os clubes, controlados pelos fundos de investimento norte-americanos RedBird (Milan) e Oaktree (Inter), contrataram os renomados escritórios de arquitetura Foster + Partners e Manica para projetar o novo estádio, que terá capacidade para 71.500 espectadores. O projeto faz parte de um amplo plano de revitalização urbana, que inclui edifícios comerciais, residenciais e espaços de lazer.
Apesar da modernização, parte da história será preservada: uma seção do segundo anel do San Siro, considerada símbolo da arquitetura esportiva italiana, será mantida como homenagem ao passado.
Enquanto o projeto avança, a promotoria de Milão abriu uma investigação sobre suposta manipulação de licitação, após denúncia de um grupo que afirmou não ter tido tempo para apresentar uma proposta concorrente. Fontes judiciais indicam, no entanto, que o processo não deve impedir a conclusão do negócio.
O debate sobre o futuro do San Siro se arrasta desde 2019, enfrentando resistência de políticos e movimentos locais que defendem a preservação do estádio, construído em 1926 e reformado para a Copa do Mundo de 1990. Com capacidade para quase 76 mil torcedores, o San Siro é o maior estádio da Itália e já recebeu desde finais europeias até shows de artistas como Madonna, Bruce Springsteen e Coldplay.
A Itália vem sendo pressionada a modernizar suas arenas esportivas, especialmente após ser confirmada como coanfitriã da Eurocopa de 2032, ao lado da Turquia. O novo estádio de Milão surge como símbolo dessa transformação, um espaço voltado não apenas ao futebol, mas à experiência do torcedor e à integração urbana.
Até a conclusão das obras, o San Siro continuará ativo, inclusive como palco da cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Inverno de 2026.
A transação foi viabilizada por um robusto esquema de financiamento, liderado pelos bancos Goldman Sachs e JPMorgan, em parceria com o Banco BPM e a BPER Banca. Para Milan e Inter, trata-se de um passo histórico, o início de uma nova era para o futebol milanês.