Messi provoca “onda argentina” na Índia e encerra turnê diante de estádio lotado em Nova Délhi

Desde a chegada do oito vezes vencedor da Bola de Ouro, na noite de sexta-feira, a nação mais populosa do mundo viveu um raro momento de “Messi-mania”, deixando temporariamente de lado a tradicional devoção ao críquete. Em Calcutá, milhares de torcedores se aglomeraram nos arredores do aeroporto para recepcionar o astro.

O evento realizado no sábado na cidade, porém, terminou de forma conturbada. Torcedores revoltados invadiram o gramado e arrancaram assentos das arquibancadas após a programação ser alterada por políticos locais. O principal organizador acabou detido pela polícia. Já as passagens por Hyderabad e Mumbai transcorreram sem incidentes, assim como a apresentação final em Nova Délhi.

Acompanhado pelos companheiros de Inter Miami Luis Suárez e Rodrigo De Paul, Messi deu uma volta olímpica pelo gramado, distribuiu bolas para a arquibancada e participou de atividades com crianças locais. O estádio, acostumado a sediar jogos internacionais de críquete, viveu uma atmosfera incomum, dominada pelo futebol.

“Foi a realização de um sonho vê-lo de perto”, contou Kaustav Ghosh, torcedor da Argentina que compareceu ao evento com a esposa e os dois filhos. “Fomos à Copa do Mundo de 2018, na Rússia, mas não conseguimos ingressos para os jogos da Argentina. Pelo menos vimos o Messi aqui”, completou, vestindo a camisa albiceleste ao lado da família.

Mesmo em um evento dedicado ao futebol, o críquete encontrou espaço. Messi, Suárez e De Paul receberam camisas da seleção indiana da modalidade das mãos de Jay Shah, presidente do Conselho Internacional de Críquete (ICC), além de ingressos para a Copa do Mundo de Twenty20 de 2026, que será disputada na Índia e no Sri Lanka.

O entusiasmo provocado pela visita do argentino contrasta com a realidade do futebol no país. A Índia ocupa apenas a 142ª posição no ranking da Fifa e vive um momento de incerteza no cenário doméstico, com a Indian Super League enfrentando dificuldades após a Federação Indiana de Futebol não conseguir renovar um acordo comercial encerrado depois de dez anos.