Apesar de ainda estar na disputa pelo título da Liga Europa, o Manchester United encerra a temporada da Premier League de forma melancólica. Ocupando apenas a 16ª colocação na tabela, o time comandado por Rúben Amorim sofreu mais uma derrota no último fim de semana, 2 a 0 para o West Ham, em pleno Old Trafford, e o treinador português voltou a expressar insatisfação com o ambiente interno do clube.
Em entrevista coletiva após a partida, Amorim foi direto ao abordar os problemas estruturais que, segundo ele, vão além dos resultados dentro de campo.
“Neste clube, não importa se ganhamos ou perdemos na Liga Europa. Os problemas são muito maiores. E se não for possível corrigir isso? Temos que trabalhar dentro e fora do campo. Se não conseguirmos, é melhor irmos embora e dar lugar a outros. Todos nós”, afirmou o técnico.
Contratado em novembro de 2024, Amorim enfrentou uma série de turbulências em seus primeiros meses no comando dos Red Devils. Logo no início, o time amargou três derrotas consecutivas em casa pela Premier League, algo que não ocorria desde a temporada 1978/79. Na época, o técnico chegou a alertar sobre o risco de rebaixamento, que, mesmo afastado matematicamente, expôs o fraco desempenho da equipe ao longo da campanha.
Com 16ª posição e sem qualquer ambição no campeonato nacional, o treinador vê a temporada como frustrante, e já projeta mudanças profundas.
“A cultura precisa mudar. Sinto isso claramente. Temos que ser fortes no verão, tomar decisões corajosas. Não podemos repetir uma temporada como esta”, desabafou Amorim.
O Manchester United volta a campo nesta sexta-feira (17), quando visita o Chelsea, às 16h15 (horário de Brasília), pela penúltima rodada da Premier League. Depois disso, todas as atenções estarão voltadas para a grande decisão da Liga Europa, no dia 21 de maio, contra o Tottenham.
Apesar da chance de conquistar um título europeu e garantir vaga na próxima Liga dos Campeões, Amorim não esconde a dúvida se a classificação seria, de fato, positiva diante do atual momento.
“Estamos mostrando que jogar a Premier League e a Liga dos Campeões é como estar na lua para nós. Não sei o que é melhor agora: se é disputar a Champions ou não”, concluiu o treinador, visivelmente incomodado com a falta de competitividade e identidade da equipe.