O Manchester United divulgou, nesta quarta-feira (17), o balanço referente ao ano fiscal encerrado em 30 de junho, confirmando o sexto ano consecutivo de prejuízo líquido. O clube inglês registrou perdas de 33 milhões de libras (cerca de R$ 238 milhões), valor consideravelmente menor que o déficit de 113,2 milhões de libras (R$ 819 milhões) apurado no período anterior.
A melhora nos números está ligada a cortes de custos adotados nos últimos meses. Ainda assim, a diretoria projeta para 2026 uma receita entre 640 milhões (R$ 4 bilhões) e 660 milhões de libras (R$ 4,7 bilhões), abaixo dos 666,5 milhões do último ano. A divulgação dos resultados repercutiu no mercado: as ações do United, listadas na Bolsa de Nova York, recuaram 3,8% no pré-mercado, cotadas a US$ 15,79 (R$ 83). Desde 2023, os prejuízos acumulados somam aproximadamente 175 milhões de libras (R$ 1 bilhão).
As regras de sustentabilidade financeira da Premier League (PSR) estabelecem limite de perdas em 105 milhões de libras (R$ 759 milhões) a cada três temporadas, mas permitem deduções em investimentos relacionados a infraestrutura, categorias de base, projetos sociais e futebol feminino. O United afirmou que segue em conformidade tanto com as normas da liga quanto com o Fair Play Financeiro da UEFA.
No campo administrativo, o acionista minoritário Jim Ratcliffe, dono de 29% do clube e hoje responsável pelas operações de futebol, lidera uma política de austeridade que inclui corte de pessoal, aumento nos preços de ingressos e até a suspensão de refeições gratuitas para funcionários.
A ausência de competições europeias nesta temporada deve pesar sobre a receita de transmissões, o fluxo de caixa e o endividamento, fatores que já despertam insatisfação entre torcedores.
Dentro das quatro linhas, o contraste é evidente: apesar de gastar cerca de 230 milhões de libras (R$ 1,6 bilhão) em reforços ofensivos, a equipe soma apenas uma vitória, um empate e duas derrotas nas primeiras rodadas da Premier League.
O CEO Omar Berrada, porém, demonstrou otimismo.
“ O nosso programa de redução de custos já apresenta resultados e acreditamos no potencial de melhora financeira, que vai sustentar nossa prioridade máxima: o sucesso esportivo”, declarou em comunicado.