O Olympique Lyonnais, clube controlado por John Textor, tem uma data decisiva pela frente: no dia 24 de junho, será julgado pela Direção Nacional de Controle e Gestão (DNCG), órgão responsável pela fiscalização financeira do futebol francês. O encontro definirá o futuro da equipe na Ligue 1 e poderá selar uma punição que varia desde restrições severas até o rebaixamento para a segunda divisão.
Atualmente sob alerta da Liga de Futebol Profissional da França (LFP), o Lyon enfrenta um rombo estimado em mais de R$ 725 milhões. Em meio ao cenário delicado, a diretoria já foi notificada anteriormente sobre um transfer ban, que impede a contratação de reforços. Agora, corre contra o tempo para apresentar garantias financeiras sólidas à DNCG, sob risco de sanções ainda mais duras.
John Textor, dono da Eagle Football Holdings, que também comanda a SAF do Botafogo, tenta reverter o quadro com um plano de recuperação. Em entrevista ao jornal L’Équipe, o empresário norte-americano adotou um discurso otimista.
“ Mantemos um diálogo contínuo com a DNCG e já apresentamos detalhes do nosso plano de negócios antes da audiência oficial. Agradecemos essa abertura e estamos plenamente cientes das exigências do órgão. Estamos confiantes em uma temporada 2025/26 vitoriosa”, afirmou.
Segundo a imprensa francesa, o rebaixamento imediato não está no topo das prioridades da DNCG, mas medidas alternativas, como congelamento de contratações e teto para a folha salarial, são consideradas viáveis. Para tentar contornar o problema, o Lyon deve recorrer à venda de jogadores durante a próxima janela de transferências. Uma das principais apostas da diretoria é negociar o meia-atacante Thiago Almada entre os dias 1º e 10 de junho, período em que o mercado será impulsionado pelo início do novo Mundial de Clubes da FIFA.
Apesar dos esforços, Textor segue sendo alvo de críticas por parte da torcida do Lyon. Na última sexta-feira, após a vitória da equipe feminina sobre o Paris Saint-Germain, que garantiu mais um título nacional, torcedores protestaram duramente contra o dirigente. O clima tenso se intensificou com declarações ríspidas do norte-americano, que rebateu um torcedor nas arquibancadas.
“O clube está salvo, afirmou, antes de disparar contra o noticiário local. Não leiam essa m*** da imprensa”.
Enquanto tenta conter a crise dentro e fora de campo, Textor terá pouco mais de um mês para salvar a temporada do Lyon e, possivelmente, a própria reputação como gestor no futebol europeu.