O francês Jules Koundé levantou mais uma vez o debate sobre o excesso de jogos no calendário do futebol mundial. Em entrevista coletiva nesta quarta-feira (3), antes da estreia da França nas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2026 contra Ucrânia e Islândia, o zagueiro do Barcelona afirmou que a maratona de partidas prejudica não apenas os atletas, mas também todo o ecossistema que gira em torno do esporte.
“Não é só sobre os jogadores. Há famílias. Também penso em todas as pessoas que trabalham em volta do futebol e que acabam vítimas desse ritmo implacável”, destacou o defensor.
A seleção francesa encara a Ucrânia nesta sexta-feira (5), em Wroclaw, na Polônia, e depois recebe a Islândia em Paris, na próxima terça-feira (9).
Embora não tenha participado do Mundial de Clubes expandido da Fifa, realizado nos Estados Unidos entre junho e julho, Koundé citou o impacto do torneio sobre uma temporada já inflada. O PSG, finalista da competição, chegou a disputar 65 partidas em 2024/25.
O desgaste tem cobrado seu preço: Rayan Cherki (Manchester City) e William Saliba (Arsenal) foram cortados por lesão, enquanto Ousmane Dembélé (PSG) ficou fora do treino de terça por dores na coxa. “É um ecossistema inteiro. Quando exageramos, deixamos de valorizar. Com o futebol está acontecendo isso: é consumo excessivo”, criticou.
O novo formato do Mundial de Clubes, com 32 participantes, adicionou 63 jogos ao calendário do verão europeu, alimentando a insatisfação de clubes e atletas pelo risco elevado de fadiga e contusões. Para Koundé, o cenário exige reformas urgentes:
“Essas são coisas que precisam ser colocadas em perspectiva. E acho que precisam mudar”, concluiu.