Campeã olímpica e agora estrela do UFC, Kayla Harrison admitiu que esteve perto de pendurar as luvas durante o desgastante processo de corte de peso para sua luta no UFC 316. Em entrevista concedida ao jornalista Luke Thomas, no YouTube, na última sexta-feira (13), a lutadora de 34 anos desabafou sobre o impacto físico e emocional da preparação.
Contratada pelo Ultimate no início de 2024 após deixar a PFL, onde competia entre os pesos-leves (70 kg), Harrison teve de se adaptar rapidamente à nova realidade da divisão peso-galo (61 kg). A mudança exigiu dela uma perda de quase 10 kg em relação ao que costumava registrar em sua antiga categoria, uma transição drástica para quem, no judô, chegou a atuar até os 78 kg.
“É um inferno absoluto”, confessou Harrison ao falar sobre o corte de peso. “Não vou romantizar. Quando as pessoas me veem na balança, dá para entender. Não é bonito, nem fácil. Isso tira um pedaço da sua alma.” Ainda segundo a campeã, ela chegou a cogitar o fim da carreira em pleno processo de preparação: “Na sexta-feira de manhã, pensei em me aposentar no sábado à noite.”
A americana também ressaltou a importância de contar com uma equipe especializada em corte de peso, reidratação e nutrição para suportar o processo. “Foi a única forma de conseguir. Nunca vou conseguir explicar exatamente o que isso causa em você.”
Apesar das dificuldades, Harrison mostrou por que é considerada uma das atletas mais talentosas do MMA. Em apenas três lutas no UFC, conquistou o cinturão da categoria ao finalizar Julianna Peña, e, agora, se aproxima de um confronto de alto nível contra ninguém menos que Amanda Nunes, sua ex-companheira de treinos e maior nome da história do MMA feminino.
A trajetória de Harrison no UFC vem sendo marcada por grandes desafios dentro e fora do octógono. E a pressão para manter o nível físico exigido na divisão peso-galo será, certamente, uma das maiores batalhas de sua carreira.