Katie Boulter denuncia ameaças de morte e acende alerta sobre abuso online no tênis feminino

Entre as mensagens recebidas, Boulter destacou conteúdos como: “Espero que você tenha câncer”, “Velas e um caixão para toda a sua família” e “Vá para o inferno, perdi o dinheiro que minha mãe me mandou”. “É inacreditável. Fico me perguntando quem é capaz de escrever isso. Nem ao meu pior inimigo eu desejaria algo assim”, afirmou.

A denúncia da britânica veio à tona no mesmo dia em que a Associação de Tênis Feminino (WTA) e a Federação Internacional de Tênis (ITF) divulgaram um estudo revelando que 40% dos abusos sofridos por jogadoras em redes sociais são cometidos por apostadores. A análise monitorou cerca de 1,6 milhão de postagens ao longo de um ano, com apoio da tecnologia de inteligência artificial Threat Matrix.

Além dos danos emocionais, Boulter expressou preocupação com a possibilidade de que os agressores estejam próximos fisicamente: “Você nunca sabe se essa pessoa está no local do torneio, se sabe onde você mora. Isso te faz se sentir completamente vulnerável”.

Em 2023, a WTA identificou 458 casos de abuso ou ameaças diretas a atletas, dos quais 15 foram encaminhados às autoridades por gravidade.

Jessica Pegula, número 3 do ranking mundial e integrante do Conselho de Jogadoras da WTA, também se posicionou. Em nota, a norte-americana cobrou mais responsabilidade de plataformas e empresas de apostas:

“O abuso online é inaceitável. Nenhuma jogadora deveria passar por isso. A iniciativa da WTA com a Threat Matrix é importante, mas insuficiente. A indústria de apostas e as redes sociais precisam agir diretamente na raiz do problema.”

A crescente hostilidade enfrentada pelas tenistas reacende o debate sobre a necessidade urgente de regulamentações mais rígidas para proteger atletas em um ambiente digital cada vez mais hostil.