Kamilla Cardoso e estrelas da WNBA aderem ao Project B, liga que aposta na igualdade e bem-estar das atletas

Aline Feitosa
Após uma temporada marcada por questionamentos sobre equidade de gênero, as principais jogadoras da WNBA decidiram testar um novo modelo de competição: o Project B, uma liga de intertemporada que promete dar mais voz e poder às atletas. Kamilla Cardoso, que seguirá no Chicago Sky, será um dos destaques do torneio, previsto para ocorrer entre novembro de 2026 e abril de 2027. Eleita a melhor jogadora do Sky na última temporada, a brasileira detalhou ao ge os diferenciais da nova liga.

“O Project B chega trazendo um modelo inovador, com menos jogos, viagens otimizadas e foco total em performance e bem-estar. Mas o mais importante é a igualdade salarial, de estruturas e de oportunidades. Esse projeto é inovador e muito positivo para todos nós”, afirmou Kamilla.

Inspirada em empresas de tecnologia, a liga propõe que as jogadoras se tornem acionistas e participem dos lucros. Um dos fundadores do Project B, Grady Burnnet, ressaltou a importância de envolver os atletas no desenvolvimento da liga.

“Olhamos para o mundo como ele é hoje. A liga precisa ser sobre atletas e torcedores. Os jogadores são parceiros e donos do negócio conosco. Queremos construir tudo ao redor deles e de um jeito que os fãs possam se engajar plenamente”, explicou Burnnet.

O Project B surge em um momento delicado para a WNBA, alvo de críticas de atletas que reivindicam melhores salários, mais estrutura e maior participação nas decisões da liga. Durante o All-Star Game, as jogadoras protestaram com camisetas estampadas com a frase “Pay what you owe us” (“paguem o que nos devem”).

“Estamos lutando por igualdade, reconhecimento e por uma estrutura profissional condizente ao nível do esporte que entregamos em quadra. Igualdade nos salários, igualdade nas estruturas, é isso que queremos”, disse Kamilla.

Para a brasileira, ligas alternativas como o Project B representam uma oportunidade de fortalecer o basquete feminino e garantir mais direitos às jogadoras.

“O Project B mostra que dá para fazer diferente: mais cuidado com as atletas, mais participação, mais oportunidades, melhores estruturas e salários iguais. Quando há mais escolhas, as jogadoras ganham poder, e isso movimenta o esporte”, declarou.

A liga oferece às atletas um salário base de US$ 2 milhões por temporada, podendo ser maior conforme os contratos individuais. Em comparação, em 2025, o salário mínimo da WNBA era de US$ 66 mil (cerca de R$ 360 mil). O projeto representa, assim, um passo importante rumo à valorização e igualdade no basquete feminino.

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