A Justiça do Distrito Federal negou, na última quarta-feira (30), o pedido de sigilo solicitado por familiares do atacante Bruno Henrique, do Flamengo, na investigação que apura se ele favoreceu apostadores ao receber um cartão amarelo durante a partida contra o Santos, no Campeonato Brasileiro de 2023.
O juiz Fernando Brandini Barbagalo autorizou ainda a Polícia Federal a compartilhar as provas com o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), que pode abrir um novo inquérito contra o jogador.
A Justiça também rejeitou um pedido de Bruno Henrique para reconsiderar uma decisão anterior que permitia o compartilhamento das provas com a CPI da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas, no Senado. Além disso, Barbagalo determinou que a operadora de apostas Blaze forneça dados relacionados a quatro dos indiciados no caso, que não haviam sido compartilhados anteriormente.
Apesar das investigações, o Flamengo decidiu manter Bruno Henrique no elenco. Ele deve ser titular na partida desta quinta-feira contra o Botafogo-PB, pela Copa do Brasil. O atacante nega ter agido de forma intencional para beneficiar apostadores ao ser advertido no jogo contra o Santos.
Bruno Henrique e seu irmão, Wander Nunes, foram indiciados sob o artigo 200 da Lei Geral do Esporte, que trata de fraudes em competições esportivas, além de estelionato. O indiciamento prevê penas de dois a seis anos de reclusão. Outros indiciados incluem amigos de Wander, que também apostaram no cartão amarelo.
As investigações começaram em agosto do ano passado, após relatórios de apostas suspeitas envolvendo o cartão amarelo de Bruno Henrique no jogo contra o Santos. A Polícia Federal encontrou mensagens entre o jogador e outros indiciados, indicando um possível conluio. O relatório da PF será analisado pelo Ministério Público do Distrito Federal, que decidirá se apresentará denúncia.