Jogadoras da WNBA autorizam greve em meio a impasse nas negociações com a liga

Aline Feitosa
A Associação de Jogadoras da WNBA (WNBPA) anunciou nesta quinta-feira (18) que recebeu autorização formal de suas atletas para convocar uma greve, caso considere necessário, em meio às negociações do novo acordo coletivo com a liga. A decisão foi tomada após uma votação expressiva, descrita pelo sindicato como histórica.

Em comunicado oficial, a entidade afirmou que 93% das jogadoras aptas participaram do processo e que 98% delas votaram a favor de conceder ao comitê executivo, formado por sete integrantes, o poder de decretar uma paralisação. Segundo a WNBPA, o resultado reflete a insatisfação das atletas com o andamento das conversas com a WNBA e suas franquias.

O sindicato criticou a postura da liga, alegando que propostas consideradas razoáveis pelas jogadoras vêm sendo respondidas com resistência e com a manutenção de regras que, segundo a entidade, limitam os direitos das atletas há quase 30 anos. Ainda assim, a WNBPA deixou claro que a votação não representa um anúncio imediato de greve, mas sim um sinal de unidade e confiança na liderança do sindicato.

De acordo com a associação, a autorização funciona como um instrumento de pressão diante do impasse, reforçando que as jogadoras permanecem unidas e dispostas a lutar por melhores condições, reconhecimento financeiro e segurança para o futuro da modalidade.

As negociações trabalhistas já tiveram dois adiamentos. O prazo inicial, que se encerraria em 31 de outubro, foi estendido para 30 de novembro e, posteriormente, para 9 de janeiro de 2026, minutos antes do vencimento do atual acordo coletivo. A WNBPA havia exercido no ano passado a cláusula de saída do contrato, colocando em pauta temas como salários, modelo de divisão de receitas e outros benefícios.

Entre as principais demandas das jogadoras estão melhorias nos padrões mínimos das instalações, políticas mais amplas de viagens em voos fretados, além da ampliação de benefícios ligados à aposentadoria e ao planejamento familiar. A WNBA informou que qualquer uma das partes pode encerrar a atual prorrogação do acordo com aviso prévio de 48 horas.

Caso não haja consenso, o cenário pode evoluir para uma paralisação, seja por meio de greve das jogadoras ou de um locaute imposto pelos proprietários. Outra possibilidade seria a manutenção do acordo atual, embora fontes indiquem que as negociações ainda estejam longe de um entendimento.

Após o anúncio da votação, a WNBA também se pronunciou. Em nota, a liga afirmou reconhecer o direito das jogadoras de autorizar uma eventual paralisação, mas contestou a descrição feita pelo sindicato sobre o estágio das negociações.

Segundo a liga, há propostas concretas sobre a mesa, incluindo aumentos salariais imediatos e expressivos, além de um novo modelo de divisão de receitas sem teto, que permitiria crescimento contínuo dos vencimentos atrelado à expansão financeira da WNBA.

A entidade reforçou o compromisso de fechar um novo acordo coletivo o quanto antes e garantiu que segue trabalhando para realizar normalmente a temporada de 2026, que marcará o 30º ano da liga. Desde sua criação, a WNBA nunca cancelou partidas em decorrência de greves ou disputas trabalhistas.

No encerramento do comunicado, a liga destacou que as negociações seguem sendo conduzidas de boa-fé e com urgência, com o objetivo de alcançar um acordo que valorize as jogadoras, assegure melhores condições de trabalho e, ao mesmo tempo, sustente o crescimento de longo prazo da modalidade.

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