A declaração autocrítica de Lewis Hamilton após se classificar em 12º para o GP da Hungria gerou repercussão negativa nos bastidores da Fórmula 1. O britânico, heptacampeão mundial, chamou seu próprio desempenho de “inútil” e insinuou que a Ferrari deveria considerar uma troca de piloto. A fala, feita no último sábado (2), desagradou o ex-piloto Jean Alesi, que não poupou críticas ao britânico em sua coluna para o jornal italiano Corriere della Sera.
“A atitude de Hamilton é desmoralizante para quem trabalha ao seu lado. Senna ou Schumacher jamais diriam algo assim”, escreveu o francês, que correu pela Ferrari entre 1991 e 1995, período difícil para a escuderia, no qual Alesi conquistou apenas uma vitória.
Hamilton, que atualmente defende a Ferrari, não conseguiu avançar ao Q3 na classificação em Hungaroring e largou da 12ª posição. No domingo, não demonstrou poder de reação e terminou a prova na mesma colocação. Questionado após a corrida sobre os comentários feitos no sábado, limitou-se a dizer que “coisas não muito boas” estariam acontecendo nos bastidores.
Outro que saiu frustrado da etapa húngara foi Charles Leclerc. O monegasco conquistou a pole position no sábado, mas perdeu rendimento ao longo da prova e cruzou a linha de chegada em quarto, sendo superado pelas McLarens e pela Mercedes de George Russell. A Ferrari ainda investiga os motivos da queda de desempenho, especialmente nas voltas finais.
Uma das hipóteses, levantada por Russell, é que Leclerc precisou preservar o assoalho de seu carro para evitar a desclassificação por desgaste excessivo da prancha de madeira, mesma infração que causou a exclusão de Hamilton no GP da China, meses atrás.
Alesi também criticou a oscilação de rendimento da equipe italiana:
“Parecia uma comédia italiana, mas virou um filme de terror. Uma Ferrari forte no sábado e ineficaz no domingo é o que mais revolta os apaixonados pelo Cavallino Rampante”, comentou o ex-piloto.
A Fórmula 1 agora entra em recesso e retorna no dia 31 de agosto, com o GP da Holanda, em Zandvoort.