Itália apresentará proposta de cessar-fogo global à ONU antes dos Jogos de Inverno de 2026: “Devemos ser campeões da paz”, diz chanceler

Aline Feitosa
A Itália pretende levar às Nações Unidas uma proposta de trégua mundial antes do início dos Jogos Olímpicos de Inverno de Milão-Cortina 2026, anunciou nesta terça-feira (7) o ministro das Relações Exteriores, Antonio Tajani. A iniciativa busca resgatar o espírito das Olimpíadas da Grécia Antiga, quando rivais em guerra suspendiam os combates para permitir o deslocamento seguro de atletas e espectadores até Olímpia.

“Em vista dos Jogos Olímpicos de Milão-Cortina, estamos apresentando às Nações Unidas uma proposta de trégua olímpica para todas as guerras, incluindo a Ucrânia e o Oriente Médio”, declarou Tajani durante uma conferência internacional em Roma.

Os Jogos de Milão-Cortina serão realizados de 6 a 22 de fevereiro de 2026. O chanceler afirmou que a Itália quer transformar o evento esportivo em um símbolo global de esperança e reconciliação.

“Devemos ser campeões da paz. Apoiamos o plano dos Estados Unidos para pôr fim à guerra em Gaza e, como disse o Papa Leão, nunca devemos desistir da esperança pela paz”, afirmou Tajani.

Apesar de o Comitê Olímpico Internacional (COI) e a ONU já terem feito apelos semelhantes em edições anteriores dos Jogos Modernos, nenhum cessar-fogo global foi concretizado desde 1896, incluindo a recente Olimpíada de Paris 2024.

A proposta italiana surge em meio a dois dos maiores conflitos contemporâneos. No Oriente Médio, a guerra entre Israel e Hamas já deixou mais de 67 mil palestinos mortos desde o ataque do grupo militante, em 7 de outubro de 2023, que vitimou cerca de 1,2 mil israelenses.

Nesta semana, completaram-se dois anos do atentado, e representantes israelenses e do Hamas iniciaram conversas indiretas com base no plano de paz de 20 pontos apresentado pelo presidente dos EUA, Donald Trump, considerado até agora o esforço diplomático mais promissor para encerrar o conflito.

Enquanto isso, na Ucrânia, o país segue em guerra contra a Rússia há mais de três anos e meio, em uma ofensiva que já se tornou o maior conflito armado da Europa desde a Segunda Guerra Mundial, com centenas de milhares de mortos.

Em meio à devastação em Gaza e à crise humanitária, diversos países ocidentais, com exceção da Itália, reconheceram formalmente o Estado Palestino, em apoio às aspirações históricas dos palestinos por uma pátria independente nas áreas ocupadas por Israel.

Com a proposta de cessar-fogo global, a Itália tenta se posicionar como mediadora diplomática e reafirmar o papel das Olimpíadas como símbolo universal de união e paz.

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