Paul Doyle, 54 anos, acusado de avançar com seu carro contra uma multidão durante as celebrações do título do Liverpool, em maio, declarou-se culpado de 31 acusações nesta quarta-feira (26), revertendo a negativa apresentada em setembro. Ele admitiu ter causado ferimentos intencionais em 12 pessoas, tentado ferir outras 17 e cometido atos de violência e direção perigosa.
A mudança de postura encerrou um julgamento iniciado na terça-feira e que poderia se estender por até quatro semanas. O juiz Andrew Menary antecipou que uma “pena de prisão de considerável duração” será aplicada. Doyle, ex-fuzileiro naval e pai de três filhos, segue detido desde o episódio.
O caso ocorreu em 26 de maio, quando milhares de torcedores estavam nas ruas de Liverpool para celebrar o título da Premier League. Segundo a investigação, o carro de Doyle entrou em uma via recém-liberada para a passagem de uma ambulância. Cercado por torcedores, alguns exaltados, o motorista manobrou de ré e, em seguida, acelerou em zigue-zague, atingindo pessoas nos dois lados da rua. Ao todo, 134 pessoas ficaram feridas, entre elas oito menores, incluindo um bebê de seis meses.
“Somente por sorte não houve mortes”, afirmou o inspetor-chefe da Polícia de Merseyside, destacando que muitas vítimas ainda se recuperam. Para a promotora Sarah Hammond, a admissão de culpa demonstra que Doyle “atuou deliberadamente contra uma multidão inocente”, em um ato descrito como “violência calculada”.
As motivações do acusado permanecem indefinidas.