Hamilton na Ferrari: expectativa, frustração e o futuro incerto do heptacampeão

“Ele perdeu a autoconfiança. Se não acredita mais em si mesmo, não consegue render”, disse Steiner. O que parecia um conto de fadas para os torcedores, com Hamilton pilotando para a Ferrari, se transformou em frustração diante da realidade da temporada. Até o recesso de verão, Hamilton somava 109 pontos no Mundial de Pilotos, cerca de 42 a menos que Charles Leclerc, que lidera a equipe italiana, com os dois pilotos ocupando a quinta e sexta colocação.

Além disso, o britânico ainda não se adaptou completamente ao estilo de carro da Ferrari. Em meio às críticas e reclamações de ambos os pilotos, Steiner destacou que as falhas do veículo não podem ser a única explicação para o desempenho abaixo do esperado. “Estamos na Fórmula 1. Um piloto de ponta precisa se adaptar ao que recebe. Se o carro tem dificuldades em algumas áreas, cabe ao piloto se ajustar, e não o contrário”, analisou o ex-dirigente.

O contrato de Hamilton com a Ferrari tem validade até o final da próxima temporada, com possibilidade de renovação para um terceiro ano. No entanto, o futuro do piloto de 38 anos pode depender justamente do período de pausa de verão. Steiner acredita que o descanso pode ser decisivo para Hamilton repensar sua trajetória:

“Ele talvez volte mais relaxado e com melhor performance. Mas também pode ser que não, e então o vejamos dizendo no fim do ano: ‘Chega. Não farei isso comigo mesmo por mais um ano’. Lewis é uma marca por si só, diferente de muitos pilotos que precisam da Fórmula 1 como plataforma; ele já não depende mais disso”, completou.

A Fórmula 1 retorna às pistas após o recesso entre os dias 29 e 31 de agosto, para o GP dos Países Baixos, em Zandvoort, e todos os olhares estarão voltados para Hamilton e a evolução de sua adaptação à Ferrari.