Gottardo pede compreensão da torcida e defende legado de Marlon Freitas no Botafogo

“Torcedor é movido pela emoção e quer que o jogador permaneça no clube para sempre, mas o mercado funciona de outra forma. Antigamente, os atletas ficavam três, quatro, cinco anos ou até mais em um mesmo time”, afirmou Gottardo, em entrevista durante o Jogo das Estrelas, realizado neste sábado (27), no Maracanã.

O ex-zagueiro lembrou sua própria trajetória no clube para contextualizar a situação. “Na minha primeira passagem, fiquei quatro temporadas; na segunda, três. Foram sete anos no total. No meu caso, saí do Botafogo sem contrato, estava livre no mercado e fui para o Flamengo. Depois de três anos, acabei retornando ao Botafogo”, recordou.

Segundo Gottardo, a pressão da arquibancada é inevitável em casos como esse. “A torcida costuma ser implacável. Eu já joguei contra o Botafogo aqui e sei como funciona essa cobrança. O Marlon vai sofrer um pouco com isso”, disse, em tom bem-humorado. Ainda assim, ele fez um apelo aos torcedores mais ponderados. “É importante reconhecer que o trabalho dele foi muito bem feito.”

Para o ex-defensor, o legado de Marlon Freitas no clube não pode ser ignorado. “Ele honrou a camisa, ajudou dentro e fora de campo, fortaleceu o grupo e deu suporte aos treinadores. As conquistas, especialmente no ano passado, foram marcantes. A torcida não pode simplesmente apagar tudo e tratá-lo como inimigo. É preciso respeitar a pessoa acima de tudo”, completou.

Ídolo da defesa alvinegra, Gottardo foi peça-chave na retomada do protagonismo do Botafogo nos anos 1990, participando das conquistas do Campeonato Brasileiro de 1995 e dos Campeonatos Cariocas de 1989 e 1990. Entre as duas passagens pelo clube, também defendeu o Flamengo, onde conquistou o Estadual de 1991 e o Brasileiro de 1992.

A negociação envolvendo Marlon Freitas e o Palmeiras está em estágio avançado. Restam apenas ajustes contratuais para que a transferência seja oficialmente confirmada.