A Fórmula 1 definiu uma meta ousada: zerar suas emissões de carbono até 2030. Um passo decisivo será dado já no próximo ano, quando a categoria passará a utilizar combustíveis 100% sustentáveis, em conjunto com o novo regulamento de motores, o primeiro desde 2014.
Laurent Mekies, chefe da Red Bull, e Frédéric Vasseur, comandante da Ferrari, reforçaram que a transição para o combustível limpo representa um desafio técnico e financeiro significativo. Para eles, o impacto ambiental positivo não deve ofuscar as dificuldades que equipes e montadoras enfrentarão nos próximos anos.
A Fórmula 2 e a Fórmula 3 já serviram como campo de testes para a iniciativa: em 2023, ambas usaram uma mistura com 55% de combustível sustentável, percentual que saltou para 100% em 2024. O sucesso do experimento foi considerado crucial para validar a mudança na categoria principal.
“ Haverá um custo cedo ou tarde, mas, no momento, isso vem muito depois da prioridade de obter um combustível que atenda a padrões altíssimos e ofereça máximo desempenho”, ressaltou Mekies.
Na tentativa de equilibrar inovação e viabilidade econômica, a Federação Internacional de Automobilismo (FIA) se reuniu recentemente com fornecedores de combustível para avaliar alternativas que possam amenizar os custos a partir de 2027.
Vasseur destacou que a discussão tem caráter estratégico:
“Foi um encontro para olhar o médio e longo prazo, visando manter as coisas sob controle. Não podemos subestimar o desafio de migrar para um combustível 100% sustentável. É um passo enorme para a F1 e marca uma nova direção para o esporte”.
O dirigente francês, no entanto, admitiu que ainda há incertezas:
“O combustível de 2026 ainda não está definido, então é difícil prever o custo exato. O certo é que será um pouco mais alto do que o da temporada atual”.