Ícone da seleção espanhola feminina e artilheira histórica da equipe, Jenni Hermoso não estará no elenco que disputará o Campeonato Europeu Feminino, marcado para julho, na Alemanha. A ausência da jogadora de 35 anos foi confirmada na última terça-feira (10), com a divulgação da lista final da técnica Montse Tomé.
A justificativa da treinadora foi a “alta concorrência” na posição de Hermoso, que atuou pela última vez pela seleção em outubro, durante amistosos contra Itália e Canadá. Mesmo assim, a exclusão da atacante gerou surpresa, principalmente por sua importância na conquista da Copa do Mundo de 2023 e por sua presença recente na campanha olímpica nos Jogos de Paris.
Tomé destacou outras atletas que hoje disputam espaço no setor ofensivo e de meio-campo ofensivo, como Patri Guijarro, Maite Zubieta, Alexia Putellas, Aitana Bonmatí, Vicky López, Mariona Caldentey e Clàudia Pina, todas com forte presença em clubes europeus e em boa fase.
A Espanha está no Grupo B da Eurocopa Feminina, ao lado de Portugal, Bélgica e Itália. A estreia será contra as portuguesas, no dia 3 de julho. Antes disso, as atuais campeãs mundiais farão um amistoso contra o Japão, em 27 de junho, como parte da preparação.
Atualmente defendendo o Tigres, do México, Jenni Hermoso também segue como um nome marcante fora das quatro linhas. Ela esteve no centro da polêmica que abalou a Federação Espanhola de Futebol após a final do Mundial de 2023, quando foi beijada à força pelo então presidente Luis Rubiales durante a cerimônia de premiação. O episódio gerou revolta internacional e levou à condenação de Rubiales por agressão sexual. Ele alegou que o beijo foi consensual, mas Hermoso sempre negou essa versão publicamente.
Mesmo fora da convocação, Hermoso permanece como símbolo de resistência e representatividade no futebol feminino espanhol. Sua ausência na Euro reforça a ideia de uma transição em curso na seleção, mas também deixa em aberto o debate sobre até que ponto fatores extracampo influenciam decisões esportivas.