A alteração no calendário do futebol brasileiro anunciada pela CBF no último sábado gerou desconforto no Flamengo. A entidade antecipou o término do Brasileirão para 7 de dezembro e adiou a final da Copa do Brasil para o dia 21 do mesmo mês. O Rubro-Negro já havia se posicionado contra a mudança quando consultado pela Confederação.
O clube carioca planejava aproveitar as semanas livres durante as fases finais da Copa do Brasil para intensificar treinamentos e permitir a recuperação de jogadores, muitos deles convocados por seleções e sem folga nas Datas FIFA. A diretoria enxergou na alteração uma vantagem para o Cruzeiro, que será o único entre os três favoritos ao título brasileiro a contar com períodos de descanso durante a disputa da Libertadores, enquanto Flamengo e Palmeiras permanecem na competição.
Além disso, a direção rubro-negra criticou a magnitude da mudança, considerando que pedidos mais simples, como ajustes em horários de jogos, enfrentam resistência da CBF. O clube também questiona a decisão da entidade de modificar o calendário sem consenso, especialmente considerando que os últimos seis campeões da Libertadores foram brasileiros, tornando alta a probabilidade de sobreposição de datas da Intercontinental com o Brasileirão em dezembro.
Anteriormente, se um time brasileiro conquistasse a Libertadores, seria obrigado a abrir mão da Copa Intercontinental ou da reta final do Brasileirão. A CBF, no entanto, manteve a decisão de concluir o calendário ainda em 2025, sem adiar as últimas rodadas para após a Intercontinental, que termina em 17 de dezembro, evitando assim que o torneio nacional se estendesse até 2026.
O diretor de competições da CBF, Julio Avellar, responsável pelo ofício informando os clubes sobre a mudança, já havia consultado o Flamengo, que se manifestou contra a alteração. Mesmo assim, o anúncio irritou a diretoria rubro-negra.
A tensão ficou evidente antes do jogo do Intercontinental Sub-20, entre Flamengo e Barcelona, no Maracanã, quando o presidente do clube, Rodolfo Landim, encontrou o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, para reclamar da mudança.