A Fifa anunciou a prorrogação, até 30 de junho de 2026, da regra excepcional que autoriza jogadores estrangeiros atuando na Rússia e na Ucrânia a suspenderem unilateralmente seus contratos. A medida, implementada em março de 2022 após o início da guerra entre os dois países, permite que esses atletas joguem por outras equipes mesmo com vínculo vigente em território russo ou ucraniano.
Segundo a entidade máxima do futebol, os profissionais interessados em exercer esse direito devem notificar formalmente seus clubes até 1º de agosto de 2025. A Fifa explicou que o prazo visa garantir que as decisões sejam tomadas “de forma tempestiva e transparente”, prevenindo abusos e assegurando clareza jurídica para todas as partes envolvidas.
O anúncio ocorre em meio à nova escalada de tensões entre Rússia e Ucrânia e às vésperas do reinício das ligas nacionais, em julho para os ucranianos e agosto para os russos.
A medida teve impacto direto sobre o mercado de transferências, especialmente no Brasil. Desde sua criação, diversos atletas brasileiros se beneficiaram da regra para deixar clubes das regiões afetadas. Um dos exemplos é o Internacional, que contratou jogadores como o atacante Vitinho, vindo do Dínamo de Kiev por empréstimo sem custos, mesmo com contrato vigente. O vínculo do jovem com o Colorado expirou em 30 de junho, mas a prorrogação da norma pode viabilizar sua permanência.
Além dele, nomes como Alan Patrick e Yuri Alberto também retornaram ao futebol brasileiro em 2022 graças às flexibilizações. Apesar de terem custado aos cofres de Internacional e Corinthians, respectivamente, as negociações foram facilitadas pelas condições extraordinárias do conflito.
Com a nova extensão, clubes ao redor do mundo podem continuar a explorar o mecanismo especial criado pela Fifa, que se mantém como uma das principais ferramentas de resposta da entidade aos efeitos da guerra no cenário esportivo.