A organização FairSquare apresentou uma denúncia formal à Comissão de Ética da FIFA questionando a relação entre o presidente da entidade, Gianni Infantino, e o então presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Segundo o grupo de direitos humanos, a escolha de Trump como vencedor do recém-criado Prêmio da Paz da FIFA pode representar uma violação do dever de neutralidade política que a entidade é obrigada a manter.
De acordo com a FairSquare, ao conceder um prêmio de caráter simbólico a um líder político em exercício, a FIFA teria ultrapassado limites estabelecidos pelo próprio Código de Ética. A organização destaca, por exemplo, o Artigo 15, que determina que todas as pessoas submetidas ao regulamento devem zelar pelos interesses fiduciários da instituição e de suas afiliadas. O descumprimento dessa regra pode resultar em multa de 10 mil francos suíços e até dois anos de suspensão de atividades relacionadas ao futebol.
A denúncia também pede que a Comissão de Ética investigue manifestações públicas de Infantino que, segundo o grupo, teriam sinalizado apoio a políticas adotadas por Trump, além das circunstâncias que levaram à criação do Prêmio da Paz e à decisão de entregar sua primeira edição justamente ao presidente norte-americano.
A FairSquare solicita ainda que seja verificado se o processo de escolha respeitou os padrões e normativas da FIFA, reforçando a necessidade de transparência e neutralidade da entidade em questões políticas.