A Fifa anulou os resultados de três partidas da seleção da Malásia após confirmar o uso de jogadores inelegíveis, informou nesta quarta-feira (17) a Federação de Futebol da Malásia (FAM). A medida aprofunda a crise vivida pela equipe, envolvida em um escândalo de falsificação de documentos que vem ganhando novas proporções.
Em setembro, a entidade máxima do futebol já havia suspendido por um ano sete atletas naturalizados e aplicado uma multa de 350 mil francos suíços à FAM, depois de constatar o uso de documentação irregular que permitiu a atuação dos jogadores em um duelo das Eliminatórias da Copa da Ásia contra o Vietnã, disputado em junho.
No mês passado, a Fifa rejeitou o recurso apresentado pela federação malaia, anunciou a abertura de uma investigação formal sobre os procedimentos internos da entidade e informou que comunicaria autoridades de cinco países sobre a possibilidade de responsabilização criminal. Além disso, a FAM recebeu uma nova multa, desta vez de 10 mil francos suíços.
Diante do cenário, a federação anunciou que pretende recorrer ao Tribunal Arbitral do Esporte (CAS). Em comunicado, a entidade afirmou que solicitará oficialmente ao Comitê Disciplinar da Fifa os fundamentos da decisão antes de definir os próximos passos.
Os jogos afetados haviam terminado com empate por 1 a 1 contra Cabo Verde e vitórias sobre Singapura (2 a 1) e Palestina (1 a 0). Com a decisão mais recente do Comitê Disciplinar, no entanto, os três amistosos foram transformados em derrotas por 3 a 0 para a Malásia. As partidas ocorreram nos dias 29 de maio, contra Cabo Verde; 4 de setembro, diante de Singapura; e 8 de setembro, frente à Palestina.
Procurada fora do horário comercial, a Fifa não se manifestou sobre o caso até o momento.
O escândalo gerou forte repercussão no país, com torcedores e parlamentares cobrando providências tanto da FAM quanto de órgãos governamentais envolvidos no processo de concessão de cidadania aos atletas. No mês passado, a federação suspendeu seu secretário-geral e instituiu um comitê independente para apurar o que classificou como um “erro técnico”.
O primeiro-ministro da Malásia, Anwar Ibrahim, prometeu transparência total nas investigações, mas destacou que a federação deve ter assegurado o direito de defesa durante todo o processo.