A Federação Internacional de Automobilismo (FIA) anunciou nesta quinta-feira (2) que o GP de Singapura, marcado para domingo (5), será disputado sob alerta oficial de calor, medida inédita na Fórmula 1. A previsão é de que a temperatura ultrapasse os 31ºC durante a corrida noturna no circuito de Marina Bay.
De acordo com o regulamento, a decisão obriga todas as equipes a instalar sistemas de resfriamento nos carros. Já os pilotos terão duas opções: utilizar coletes de refrigeração ou compensar com 0,5 kg de lastro adicional. Mesmo aqueles que optarem por não vestir o equipamento deverão manter o sistema no veículo para garantir a igualdade entre os competidores.
O britânico Oliver Bearman (Haas) foi visto com o colete no paddock durante o dia de mídia da F1. A FIA chegou a cogitar tornar a peça obrigatória já neste ano, mas os pilotos se queixaram do desconforto em treinos. O colete possui uma rede de tubos que percorrem tronco e costas, por onde circula líquido refrigerado. O espaço reduzido no cockpit agrava a sensação de incômodo.
Por enquanto, o uso é opcional. A partir de 2026, porém, a federação pretende torná-lo obrigatório em corridas com risco de calor extremo. Alguns nomes já confirmaram que vão adotar o sistema. Fernando Alonso (Aston Martin) reconheceu que o traje é menos confortável, mas destacou o benefício físico:
“ É um contrapeso. Menos cômodo para pilotar, mas mais fresco. Vamos ver como será no domingo”, declarou o bicampeão mundial.
Nico Hulkenberg (Sauber) também sinalizou adesão, citando o exemplo de Alexander Albon (Williams), que utilizou o equipamento no GP da Arábia Saudita deste ano:
“ Depois de Jedá, eu estava acabado, enquanto ele estava inteiro. Então, da próxima vez, vou usar aquele negócio”, disse o alemão.
A introdução do sistema é uma resposta ao episódio do GP do Catar de 2023, quando o calor extremo provocou colapsos físicos entre vários pilotos. Logan Sargeant abandonou a prova com desidratação severa; Esteban Ocon chegou a vomitar no capacete; e nomes como Lando Norris e Lance Stroll relataram visão borrada e quase desmaiaram após a corrida.
Além da alta temperatura, Singapura promete uma prova ainda mais exigente: a umidade elevada, semelhante à de cidades como Manaus e Belém, somada ao traçado de curvas técnicas e baixa velocidade, deve colocar os pilotos no limite. Para completar, a previsão aponta chance de chuva no fim de semana.