Famílias das vítimas do incêndio no Ninho do Urubu repudiam absolvição e prometem continuar luta por justiça

Aline Feitosa
As famílias dos dez jovens atletas que morreram no incêndio do Ninho do Urubu, em 2019, manifestaram indignação após a decisão da 36ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ), que absolveu os sete réus acusados pelo caso.

Em nota, a Associação dos Familiares de Vítimas do Incêndio do Ninho do Urubu (Afavinu) repudiou a sentença e afirmou que seguirá lutando “em busca de justiça”. O comunicado ressalta que a decisão representa um retrocesso no combate à negligência e à impunidade.

“Entendemos que o papel da Justiça não se limita à aplicação da lei em casos individuais, mas exerce uma função pedagógica essencial na prevenção de novos episódios semelhantes, no envio de mensagem clara à sociedade de que negligências de segurança, falhas na estrutura técnica e irresponsabilidades não serão toleradas, e não cumprir essa função configura, para nós, grave afronta à memória das vítimas e ao sentimento de toda a sociedade”, diz o texto.

A Afavinu reforçou ainda que a luta das famílias continua:

“A vida dos nossos filhos tem um valor irreparável e, em memória aos dez garotos inocentes, lutaremos até o fim por uma Justiça efetiva e capaz de inibir novos delitos com sentenças que protejam as vítimas, e não os algozes.”

A decisão, assinada pelo juiz Tiago Fernandes de Barros, absolveu Antonio Marcio Mongelli Garotti, Claudia Pereira Rodrigues, Danilo da Silva Duarte, Edson Colman da Silva, Fabio Hilario da Silva, Marcelo Maia de Sá e Weslley Gimenes, acusados de incêndio culposo e lesão corporal grave.

O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) informou à CNN Brasil que irá recorrer da sentença junto à mesma vara responsável pelo processo.

O caso chegou a ter 11 denunciados. O monitor Marcus Vinicius foi absolvido, enquanto o engenheiro Luiz Felipe e o ex-diretor da base Carlos Noval tiveram as denúncias rejeitadas.

O ex-presidente do Flamengo, Eduardo Bandeira de Mello, havia sido retirado do processo em fevereiro deste ano. O MPRJ considerou que o dirigente, de 71 anos, não poderia mais ser punido, pois o crime imputado a ele prescreveu.

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